Aeroporto: Ambientalistas manifestam oposição à expansão da Portela
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, assegura que o executivo está de acordo com as limitações de voos para a capital, mas ressalva que deve prevalecer o equilíbrio com a actividade turística e económica.
Associações ambientalistas e cívicas manifestaram ao presidente da Câmara de Lisboa a sua oposição à expansão do Aeroporto Humberto Delgado, devido ao ruído e à poluição, e defenderam que a aposta deve ser feita no alargamento da ferrovia. Dezenas de associações ambientalistas e de moradores da cidade de Lisboa foram ouvidas no dia 3 de Setembro, numa reunião pública extraordinária do executivo municipal, para debater os efeitos do aumento da capacidade do Aeroporto Humberto Delgado.
Numa curta intervenção inicial, o presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas (PSD), assegurou que o executivo está de acordo com as limitações de voos, mas ressalvou que “deve existir um equilíbrio com a actividade turística e económica”. Contudo, as entidades ouvidas manifestaram a sua oposição à expansão do aeroporto, alertando para as consequências que “já são visíveis”, nomeadamente a nível do ruído e da poluição ambiental.
O presidente da Liga para a Proteção da Natureza (LPN), Pedro Amaral, sublinhou que “um aumento da oferta irá aumentar a procura, agravando as consequências já negativas do funcionamento do Aeroporto Humberto Delgado. “As verbas públicas deviam ser canalizadas para o transporte ferroviário”, defendeu. No mesmo sentido, o presidente da associação Zero, Francisco Ferreira, referiu que a Declaração de Impacto Ambiental (DIA) do aeroporto de Lisboa é de 2006 e que previa o encerramento daquela infraestrutura em 2015. “É inacreditável como é que nenhuma entidade põe isto em causa”, declarou.
Já José Rodrigues, do GEOTA (Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) defendeu a abolição total dos voos nocturnos e a aposta na ferrovia, “tornando viável o Aeroporto de Beja”. “É totalmente viável que se faça uma viagem de Beja para Lisboa de comboio”, apontou.
Por seu turno, várias associações de moradores, como a Associação Residentes do Alto do Lumiar e da Serafina, descreveram os impactos negativos que a actividade do aeroporto tem no seu dia-a-dia, especialmente no período nocturno. “Não podemos subscrever este alargamento. Pedimos também à câmara e ao senhor presidente que não subscreva este alargamento”, afirmou José Almeida, daquela associação.
Segundo a vereação socialista, vivem nas freguesias contíguas ao aeroporto “cerca de 100 mil pessoas, já sujeitas a impactos negativos em matéria de ruído, poluição e congestionamentos viários”.