Distrito de Santarém é onde se registam mais furtos de cobre a nível nacional
Agricultores queixam-se dos elevados prejuízos causados pelos roubos de cobre para revenda e pedem a intervenção do Governo.
Durante este ano foram registados pela GNR no distrito de Santarém 61 furtos de cobre, sendo o distrito do país onde ocorreram mais crimes desse tipo, sobretudo em infraestruturas eléctricas de apoio a explorações agrícola. Um fenómeno que levou mais uma vez a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP) a alertar para os elevados prejuízos causados pelos roubos de cobre para revenda, pedindo a intervenção do Governo.
A nível nacional, até Agosto de 2024, a GNR deteve cinco suspeitos e registou 322 crimes, sobretudo em Abril. Para além de Santarém, destacam-se ainda os distritos de Leiria (40), Faro (34), Lisboa (27), Aveiro (27) e Coimbra (26). Segundo dados da Guarda Nacional Republicana, em 2022, foram registados 446 crimes e detidos 11 suspeitos. No ano seguinte, contabilizaram-se 554 crimes e 16 detidos.
De acordo com a GNR, este tipo de furtos é operado através de “escalamento dos postos e desaperto dos cabos nos suportes, sendo, posteriormente, cortadas as partes suspensas já no solo”. O ‘modus operandi’ passa também pelo corte dos postes de electricidade, o que origina a queda dos mesmos, trazendo o cabo por arrasto. “Posteriormente, é feito o corte do cabo nas partes suspensas para evitar a maior extensão possível. Por vezes, assiste-se ao derrube intencional de árvores para que arrastem consigo os cabos sendo de seguida cortados já no solo”, explicou.
A Lusa questionou o Ministério da Agricultura sobre os roubos verificados no setor. O ministério tutelado por José Manuel Fernandes assegurou estar a trabalhar com o Ministério da Administração Interna para um reforço policial, tendo já contactado as confederações para solicitar a indicação de quais as regiões com maior probabilidade de serem alvo de roubos.
Ainda no que se refere aos roubos no sector agrícola, que incluem também os de culturas, o Ministério da Agricultura está a estudar a “possibilidade, viabilidade e legalidade” de algumas medidas, onde se inclui a utilização de mecanismos da União Europeia para suportar parte do custo para implementação de sistemas de segurança no campo, “como forma dissuasora de furtos e vandalização que os agricultores sofrem durante as campanhas”.