Ministra da Cultura deixa boas notícias em Constância
Dalila Rodrigues esteve presente na vila de Constância, no âmbito dos 500 anos do nascimento de Luís de Camões, e garantiu que as comemorações também vão passar pela vila. A governante visitou a Igreja Matriz, a Casa-Memória de Camões e o Jardim Horto de Camões e deixou boas notícias para os responsáveis autárquicos e associativos.
A ministra da Cultura, Dalila Rodrigues, esteve em Constância, no âmbito das comemorações do quinto centenário do poeta Luís de Camões. Na vila, a governante visitou a Igreja Matriz e o terreno para ampliação do cemitério e os patrimónios ligados à vida de Camões, o Jardim Horto e a Casa-Memória. Dalila Rodrigues garantiu que seriam respondidos os pedidos de apoio, por parte do presidente da Casa-Memória Camões, para uma maior valorização do património camoniano da vila.
“O que nós queremos nesta deslocação é homenagear a vila de Constância com os seus vários temas e a qualidade histórico-artística. Começámos pela igreja e pelas pretensões [do município] a que seja emitido um parecer favorável ao alargamento do cemitério, por se tratar de uma zona não edificante, e, por fim, a Casa-Memória de Luís de Camões, que vai ser valorizada, desde logo, pela comunidade, e pelos meios que o Ministério da Cultura dispõe e pela Comissão do Centenário”, afirmou a governante, acrescentando que seriam facilitados todos os meios disponíveis no Ministério da Cultura e noutros ministérios numa acção transversal e conjunta.
A ministra recusou fazer declarações sobre os 500 anos do nascimento de Camões, afirmando que não cabe à ministra da Cultura tomar decisões relativas ao programa das comemorações, sendo antes o seu papel reconhecer o património artístico de Constância que, garante, não se esgota apenas em Camões, existindo igualmente outros valores histórico-culturais na vila.
“A Casa-Memória vai ser ainda mais valorizada pela comunidade, pelos meios que o Ministério da Cultura dispõe e pela Comissão do V Centenário de Luís de Camões. Até final do ano teremos inúmeras novidades na área cultural, relacionadas com o tema e Constância vai, seguramente, integrar alguma das actividades”, afirma, acrescentando que o programa definitivo das comemorações será conhecido em breve.
Questionada sobre a vontade por parte da administração da Casa-Memória Camões, em adquirir o estatuto de vila mais camoniana do país e ter, na Casa-Memória de Camões, um símbolo de homenagem ao poeta, reconhecido a nível nacional, como acontece com a Casa Cervantes em Espanha, Dalila Rodrigues demonstra não ter intenção de fazer comparações. “Não estou aqui para fazer essa disputa, mas sim reconhecer a importância dos lugares e dos temas sem definir o que é mais ou menos importante. O importante é existir o reconhecimento e valorização do património”, atira a ministra.
Constância reivindica apoios
O presidente da Câmara de Constância, por sua vez, reivindicou apoios do Estado para “abrir em Portugal uma casa digna da memória de Camões”, aproveitando os 500 anos do nascimento do poeta, e “projectar o concelho” a nível nacional e internacional. “Nós, neste momento, temos uma Casa-Memória construída e a única coisa que falta é dotá-la de recursos financeiros e humanos para poder funcionar de forma permanente”, disse o autarca Sérgio Oliveira (PS), notando que “sozinhas, a autarquia e a entidades locais, não conseguem”.
Tendo afirmado que Constância é “a terra mais camoniana de Portugal”, o autarca disse que “a senhora ministra, e a comitiva que a acompanhou, sai daqui mais sensibilizada e verificou no terreno que Constância tem efectivamente uma ligação muito próxima, muito íntima, com Camões e que é merecedora de integrar as comemorações” dos 500 anos do nascimento do poeta.
Já na Igreja Matriz de Constância, o padre Nuno Silva conduziu uma visita ao templo religioso e às obras de arte que o integram, tendo alertado para a necessidade de apoios financeiros para uma intervenção global que estimou na ordem dos três a quatro milhões de euros.
Já na Casa-Memória de Camões, o presidente da associação, Máximo Ferreira, mostrou o espólio camoniano instalado num edifício com três pisos, construído sobre as ruínas onde a tradição assegura que o poeta terá estado exilado. Destacou uma “tradição enraizada em Constância” de que o poeta ali terá vivido, e “transmitida de geração em geração”, tendo apelado para apoios ao nível de acessibilidades, através de um elevador que faça a ligação aos três pisos, num investimento na ordem dos 450 mil euros.