Sociedade | 11-09-2024 12:00

Atraso nas obras da Escola Mestre Martins Correia causa rombo nas finanças da Câmara da Golegã

Atraso nas obras da Escola Mestre Martins Correia causa rombo nas finanças da Câmara da Golegã
Primeira fase da obra de requalificação da Escola Mestre Martins Correia na Golegã foi inaugurada a 28 de Agosto

A Escola Mestre Martins Correia, na Golegã, encontra-se a ser requalificada em duas fases, tendo a primeira sido inaugurada recentemente. A obra atrasou no tempo e derrapou no orçamento, o que levou o município a perder fundos comunitários e a ter de arcar com despesas extraordinárias.

A primeira fase da requalificação da Escola Básica e Secundária Mestre Martins Correia, na Golegã, foi inaugurada a 28 de Agosto. Os blocos A e B foram os primeiros a ser intervencionados, num investimento de um milhão e 80 mil euros, destacando-se as melhorias no conforto térmico e na eficiência energética.
Numa obra adjudicada por 874 mil euros, com trabalhos a mais e revisão de preços que encareceram a empreitada em mais 215 mil euros, a Câmara da Golegã está em risco de ter de entrar com cerca de 630 mil euros. O presidente da autarquia, António Camilo, revelou no seu discurso alguns dos percalços da obra, que devia ter ficado concluída no final de 2023, devendo-se os atrasos ao processo de adjudicação e obtenção do visto do Tribunal de Contas, com as facturas após 31 de Dezembro de 2023 a não serem comparticipadas por fundos europeus.
Dos 874 mil euros inicialmente previstos, 651 mil seriam à partida comparticipados pelo FEDER – Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional, mas desse bolo não vão chegar 200 mil euros. “São situações complexas que deixam a Câmara da Golegã aflita de tesouraria”, admitiu António Camilo. Pedro Florêncio, delegado regional de educação de Lisboa e Vale do Tejo, prometeu ao autarca falar sobre o assunto com o ministro da Educação, Ciência e Inovação, de forma a obter mais financiamento.

Segunda fase envolve quase dois milhões de euros
A candidatura ao Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) para a segunda fase, nos blocos C e D, refeitório, pavilhão desportivo, campo de jogos, zona envolvente, estacionamento e todo o mobiliário escolar já foi aprovada, no valor total de 1 milhão e 800 mil euros.
Inaugurados em 1977, os edifícios não tinham sido objecto de qualquer intervenção de fundo à excepção da remoção das placas de fibrocimento, estando também prevista a requalificação da escola primária, onde chove. “A conservação deveu-se ao empenho de sucessivas gerações de assistentes operacionais que foram realizando pequenas obras de conservação, como pinturas e outros pequenos arranjos”, afirmou o director do Agrupamento de Escolas Golegã, Azinhaga e Pombalinho, Mário Ferreira, no seu discurso.
Num universo de cerca de 650 alunos e 80 professores, há também a preocupação com os espaços verdes e é possível que as aulas na natureza, como aconteceu já na Reserva Natural do Paul do Boquilobo, regressem, estando a escola a concorrer ao programa Escolas2030 da Fundação Aga Khan, não só no âmbito das ciências, mas alargar à matemática, ao desenho, por exemplo, como ambiciona Mário Ferreira, que leccionou História durante duas décadas. O dirigente revelou ainda que haverá uma nova bibliotecária no próximo ano lectivo e que o espólio será melhorado. A menos de um ano de acabar o mandato, fala de “um cargo de muito trabalho” e ainda não sabe se irá recandidatar-se.

Oferta educativa adaptada à realidade local
O agrupamento procura ter uma oferta diversificada de cursos e adaptada à região, sobretudo no ensino profissional, nomeadamente com o curso de Técnico de Gestão Equina, desde o ano passado, e no próximo ano lectivo com o curso de Mediador Intercultural, colmatando uma lacuna nas escolas que têm dificuldade em integrar os alunos estrangeiros. Outras possíveis saídas são câmaras municipais e empresas, revela o director, que não esquece o curso de Técnico de Produção Agropecuária a funcionar há décadas no agrupamento.
Aproveitando o momento, O MIRANTE questionou sobre a nova disciplina de Literacias, que vai ser testada em sete escolas do país no próximo ano lectivo, na região em Alcanena, debruçando-se essencialmente sobre literacia financeira, política, democrática e análise de dados. Mário Ferreira defende que os conteúdos da disciplina podiam ser introduzidos nas disciplinas já existentes. “Quando há certos problemas na sociedade criam-se disciplinas, o que significa sobrecarga para os alunos e redução de horas de outras disciplinas”, considera.

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