Câmara de Alpiarça compra espaço à Caixa para o arrendar à mesma entidade
O Município de Alpiarça está em vias de comprar o espaço da Caixa Geral de Depósitos no centro da vila, que tem custos de manutenção de que a instituição bancária se quer livrar, com o objectivo de o arrendar ao mesmo banco e instalar o arquivo municipal.
A Caixa Geral de Depósitos pretende vender o edifício de Alpiarça devido aos custos de manutenção e preservação. Câmara municipal vai adquirir o imóvel e receber a renda do andar onde funciona a agência.
A Câmara de Alpiarça vai comprar o espaço do balcão e cave da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de que o banco do Estado se quer livrar por causa dos custos de manutenção e preservação, para depois arrendar a parte do balcão à mesma instituição bancária. A operação, que se prevê custar 345 mil euros, é uma forma de a Caixa se livrar dos custos que tem tido com o imóvel e a autarquia usa a cave do imóvel como desculpa para justificar a compra, justificando a necessidade de colocar o arquivo municipal no local.
A presidente da câmara, a socialista Sónia Sanfona, confrontada pela CDU na assembleia municipal de que está a fazer um favor à Caixa, alega que parte do arquivo do município encontra-se atulhado e sem condições numa garagem no parque subterrâneo. Alega ainda que o espaço que a CGD também usou como arquivo tem as condições necessárias, sobretudo de climatização. A proposta de modificação orçamental para permitir a compra do edifício foi aprovada por maioria em assembleia municipal, com os votos contra da CDU. A presidente da autarquia diz que o que conta é se está a pagar o valor justo pelo espaço.
“Estamos a adquirir um espaço que visa criar um serviço para os munícipes, mas acima de tudo um serviço de preservação da memória do nosso concelho”, esclareceu Sónia Sanfona, revelando que parte do arquivo está atulhado na câmara municipal e outra parte foi perdida quando estava nos anexos do antigo edifício dos paços do concelho, com a chuva e derrocada de parte do telhado. “O acervo municipal é riquíssimo, quer a nível documental quer do ponto de vista etnográfico quer de outros bens”, afirmou.
Sónia Sanfona explicou que não é possível “digitalizar tudo” e que há pedidos de investigadores e historiadores para acederem aos documentos do arquivo. Segundo a autarca, o arquivo da CGD tem as condições necessárias de climatização e organização. Além do arquivo, o município tem intenção de colocar no local serviços para a população, sem especificar quais.