Sociedade | 16-09-2024 07:00

Autarcas de Abrantes preocupados com menor procura da Escola Superior de Tecnologia

Autarcas de Abrantes preocupados com menor procura da Escola Superior de Tecnologia
Apenas cinco vagas das 73 possíveis foram ocupadas em três cursos

A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes apresenta menos vagas disponíveis e menos procura por parte dos estudantes, nos últimos dois anos. Vereadores da oposição alertam para necessidade de reflectir sobre os problemas das instalações e da falta de residências para alunos.

As vagas para a Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) caíram 12% nos últimos dois anos, passando de 126 para 111. O número de alunos colocados na primeira fase nacional é também o menor dos últimos quatro anos, tendo sido apenas preenchidas 39% das vagas totais. Vasco Damas e Vítor Moura, vereadores da oposição em Abrantes, expressaram a sua preocupação face aos números, na última reunião camarária.
Vasco Damas, do movimento ALTERNATIVAcom, questionou o presidente Manuel Valamatos (PS) sobre como interpretava os números e se representavam um retrocesso no ensino superior em Abrantes. Um dos pontos apontados pelo vereador, como possível problema à colocação de estudantes de ensino superior em Abrantes, foi a inexistência de alojamento para estudantes no concelho. E deu exemplos de municípios que implementarem programas intergeracionais para alojar estudantes em casas de idosos, em parceria com organizações não governamentais e serviços sociais de estabelecimentos de ensino, para atenuar os problemas financeiros dos jovens estudantes e combater a solidão de idosos. “O município já ponderou sobre alguma solução para o problema da falta de habitação para estudantes? A residência partilhada com seniores, para mitigar o problema da falta de habitação para estudantes de ensino superior, não seria uma alternativa?”, perguntou.
Vítor Moura, vereador do PSD, também lamentou a pouca ocupação de vagas na primeira fase do concurso nacional de acesso ao ensino superior. “À excepção do curso de comunicação social, que fica quase sempre preenchido na primeira fase, apenas cinco vagas das 73 possíveis foram ocupadas nos outros três cursos, sendo apenas uma para o curso de engenharia mecânica, que é uma das áreas com mais actividade profissional no concelho. É importante reflectir sobre isto. Não são precisas novas instalações, mas é preciso discutir e pensar o ensino superior em Abrantes para garantir a qualidade do ensino”, afirmou.
Manuel Valamatos disse partilhar das mesmas preocupações, mas ressalvando que não se pode acusar o estabelecimento de não crescer, uma vez que as suas condições estruturais não o permitem. “Esse é o sentimento do presidente do Instituto Politécnico de Tomar, da directora da ESTA, dos docentes e dos alunos. Há uma fragilidade de condições físicas que, não sendo o todo de uma escola, são o que mais dizem respeito à gestão do município. O projecto tem sido uma luta de toda a comunidade e do Médio Tejo e tem sido um grande esforço para que se perceba a importância desta nova escola no nosso concelho”, explica.
Sobre o alojamento para estudantes, o presidente do município afirma que é um ponto que diz respeito à gestão da escola e não à gestão do município. No entanto, Manuel Valamatos relembra que existe uma residência de estudantes no concelho e já foi apresentada candidatura de projecto para uma segunda residência, reabilitando o edifício junto ao liceu, que já serviu de residência. “Há diferentes estratégias para as várias áreas da comunidade, mas estamos a intervir em várias escolas do concelho para conseguir melhorar as condições de toda a comunidade escolar”, conclui.

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