Sociedade | 17-09-2024 18:00

Central fotovoltaica em Abrantes gera dúvidas à oposição

Central fotovoltaica em Abrantes gera dúvidas à oposição
Vereador Vítor Moura mostrou-se céptico em relação a alguns aspectos relacionados com a construção de uma central fotovoltaica em Arreciada

A construção de uma central fotovoltaica em Arreciadas foi questionada pelo vereador do PSD. Em causa estão os terrenos a ocupar, o reduzido impacto do empreendimento no que toca à criação de postos de trabalho e as contrapartidas para as populações da zona. Investimento de 19 milhões vai implantar 35 mil painéis solares em 53 hectares.

Na última reunião de câmara de Abrantes, o vereador do PSD Vítor Moura mostrou-se céptico em relação a alguns aspectos relacionados com a construção de uma central fotovoltaica em Arreciadas, na União de Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo. Na base das questões levantadas pelo vereador está o tipo de terreno que vai servir para instalar a central e o reduzido impacto no que toca à criação de postos de trabalho. “Já deviam estar definidos os tipos de solo que a central vai ocupar. São necessários 53 hectares e há muito terreno baldio no nosso concelho para usar, em vez de utilizar hectares com culturas de milho, que servem para área florestal, deixando o concelho a perder em termos ambientais, paisagísticos e de rentabilidade agrícola. Além disso, as centrais fotovoltaicas pouco acrescentam em postos de trabalho, uma vez que requerem pouca manutenção e a que é feita é contratada a empresas externas do concelho”, declarou.
Outra questão levantada por Vítor Moura prende-se com a contrapartida de 270 mil euros que o município vai receber pela instalação da central e de que forma essa verba se vai reflectir, em benefício directo, para a população de Arreciadas. “Quando houve a eliminação da parte de carvão da central termoeléctrica do Pego, houve uma compensação à comunidade por um fundo de transição justa, atribuído pelo município. Além das questões que me têm sido colocadas pela população nesse sentido, também acredito que a povoação de Arreciadas se sinta no direito de ser beneficiada ao herdar, no seu território, uma central que nem pediu”, disse.
O presidente do município, Manuel Valamatos (PS), apenas respondeu que todo o dinheiro envolvido será para servir os abrantinos e contribuir para o desenvolvimento colectivo do município. “Serão aspectos a considerar a seu tempo e depois da aprovação de todos os projectos. Não se pode duvidar da importância deste investimento que representa uma grande transformação para o concelho e para a região”, afirmou o autarca.

35 mil painéis solares em 53 hectares
Conforme O MIRANTE já tinha noticiado, o município de Abrantes vai receber um investimento de cerca de 19 milhões de € na instalação de uma central fotovoltaica, equipamento que terá uma capacidade instalada de 18 Megawatts (MW) e produzirá mais de 50 GWh/ano. A central, que ficará instalada em 53 hectares de terreno na aldeia de Arreciadas, na União de Freguesias de São Miguel do Rio Torto e Rossio ao Sul do Tejo, vai ser composta por 35 mil painéis solares.
Num comunicado divulgado recentemente, a empresa indica que as obras começaram em Março deste ano, com a limpeza e vedação do terreno, estando previsto que a central fotovoltaica possa entrar em operação no início de 2025. Segundo os promotores, “o município de Abrantes terá direito a compensações a serem pagas pelo Estado Português, através do Fundo Ambiental, num valor total de mais de 270 mil euros, valor calculado em função da produção da energia” a partir da central, que terá o seu ponto de injecção à rede na subestação de Olho de Boi, em Alferrarede.

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