Sociedade | 19-09-2024 13:18
Sérgio Oliveira preocupado com futuro dos 200 trabalhadores da Tupperware
Presidente da Câmara de Constância está preocupado com a possibilidade do fecho da fábrica instalada no concelho e com a possibilidade de 200 pessoas ficarem sem emprego. Autarca pede apoio ao Governo para tentar esclarecer a situação.
O presidente da Câmara de Constância afirmou estar apreensivo e preocupado com o anúncio do início do processo de declaração de falência da multinacional norte-americana Tupperware, e com o futuro dos 200 trabalhadores da fábrica instalada no concelho. “Angústia, ansiedade, incerteza e preocupação. É aquilo que nós vivemos actualmente, fundamentalmente pelas pessoas que têm ali o posto de trabalho, precisam daquele trabalho para viver”, afirmou à Lusa Sérgio Oliveira, presidente do município.
O autarca disse ter solicitado esclarecimentos à empresa e pedido a intervenção do ministro da Economia, pedidos que estão a “aguardar resposta”. A fábrica da Tupperware em Portugal, a funcionar desde 1980 em Montalvo, Constância, depende a 100% da casa-mãe norte-americana, com o anúncio do pedido de declaração de insolvência a poder ter consequências na unidade portuguesa, hoje com cerca de 200 trabalhadores efectivos.
“Nós sabemos muito pouco, as informações que temos é aquilo que tem vindo a sair na comunicação social. Ontem [terça-feira] de manhã, quando tivemos conhecimento dessa situação, procurámos junto da unidade de Montalvo obter esclarecimentos e a resposta que tivemos foi que o nosso pedido tinha sido encaminhado ao departamento de comunicação da empresa. Portanto, presumo que tenha ido para os Estados Unidos e aguardamos que venha uma resposta daí”, disse Sérgio Oliveira.
O autarca disse ainda ter solicitado apoio ao Ministério da Economia, para tentar esclarecer uma situação que poderá afectar 200 pessoas, numa fábrica onde estão “famílias inteiras” a trabalhar. “Hoje de manhã solicitámos a ajuda do senhor ministro da Economia. Trata-se de uma empresa multinacional e é fundamental a intervenção aqui deste ministério para tentarmos perceber", declarou, tendo reafirmado a preocupação social. “Em alguns casos são famílias inteiras, são os postos de trabalho e a incerteza com que as pessoas estão. Não há nada pior na vida do que a incerteza. E esta situação sem ser clarificada, cria esta incerteza toda nas pessoas”, vincou. Questionado sobre se a fábrica mantém a produção, o autarca disse que a informação que dispõe, “sem ser oficial”, é que “estão algumas máquinas paradas, devido ao facto de terem um elevado número de stocks nos armazéns”, tendo lamentado o silêncio da empresa.
Questionado pela Lusa, Dário Lima, do Sindicato dos Trabalhadores, disse que, “se se vier a verificar o fecho da fábrica, será um flagelo social para cerca de 200 trabalhadores e respectivas famílias”. O representante do Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias Transformadoras, Energia e Atividades do Ambiente do Centro Sul e Regiões Autónomas (SITE CSRA) referiu que a estrutura sindical “vai pedir mais informações à administração para se inteirar do que pretende a Tupperware fazer” com os trabalhadores e com a fábrica em Portugal.
A Lusa questionou também a empresa, não tendo obtido, até ao momento, resposta ao pedido de esclarecimento. A multinacional norte-americana Tupperware iniciou o processo de declaração de falência, arrastada pela queda nas vendas, e vai procurar a aprovação do tribunal para continuar a operar e facilitar um processo de venda para proteger a marca. A Tupperware Brands, conhecida mundialmente pelos seus recipientes de plástico para guardar alimentos, iniciou voluntariamente o processo do Capítulo 11 no Tribunal de Falências de Delaware, o que fez cair as ações em mais de 50% na Bolsa de Nova Iorque e levou à posterior suspensão. A empresa já tinha adiado as suas contas anuais de 2023 em março deste ano e, em junho, anunciou planos para encerrar a sua única fábrica nos EUA e despedir quase 150 empregados.
De acordo com os meios de comunicação social, a Tupperware procurará obter a aprovação do tribunal para facilitar um processo de venda da empresa e continuar a funcionar durante o processo de falência.
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