Antigo dono de restaurante na Tapada e ex-funcionário de bar no Vale de Santarém acusados de tráfico de droga
Os dois arguidos, que se ajudavam mutuamente na venda de droga a pelo menos duas dezenas de consumidores, entre os quais um toureiro da região, estão a responder no Tribunal de Santarém por tráfico de estupefacientes, como cocaína.
O dono do restaurante na Tapada, concelho de Almeirim, usava o estabelecimento para entregar os produtos. O ex-funcionário do bar vendia a droga à porta do espaço de diversão nocturna.
Um antigo funcionário do Bar La Siesta no Vale de Santarém e o antigo dono de um restaurante na Tapada, Almeirim, estão a responder no Tribunal de Santarém por venderem droga a vários consumidores, entre os quais está um toureiro da região. Arrolado como testemunha pelo Ministério Público, o toureiro de 56 anos, que alegadamente comprou cocaína ao antigo trabalhador do bar, faltou à sessão do julgamento justificando razões de saúde, mas será chamado para prestar declarações.
O funcionário do La Siesta vendia cocaína perto do bar onde trabalhava a vários consumidores, alguns com uma frequência diária e mais que uma vez por dia, tendo sido detido em Outubro de 2023 após uma investigação da PSP de Santarém que envolveu escutas telefónicas e vigilâncias. Nessa investigação foi apanhado o homem que explorou o restaurante na Tapada até Fevereiro de 2023, estando encerrado desde então. Neste caso o arguido vendia no interior do estabelecimento cocaína, que escondia em zonas de mato para não ser apanhado com droga em casa. Um dos esconderijos do produto era um areeiro na Estrada Nacional 368 entre a localidade do concelho de Almeirim e a vila de Alpiarça.
O ex-funcionário do bar do Vale de Santarém, de 44 anos, que também vendia cocaína, heroína e haxixe na sua residência em Almeirim, está acusado de traficar desde Julho de 2022 até à sua detenção. Está também acusado de posse ilegal de arma de fogo. O arguido que tinha o restaurante o Tapadão, de 63 anos, já tem antecedentes por tráfico de estupefacientes e segundo o Ministério Público vendia droga desde o ano de 2021. Ambos combinavam previamente com os consumidores a entrega da droga, geralmente por chamada telefónica e ajudavam-se no negócio ilegal.
A procuradora que conduziu as investigações pediu aquando do envio da acusação que o ex-funcionário do bar do Vale de Santarém continue em prisão preventiva, sendo que o antigo dono do Tapadão, que chegou a estar preso, aguarda o final do julgamento com termo de identidade e residência. Para o tribunal foram remetidas transcrições das escutas telefónicas e dezenas de fotografias das vigilâncias, entre outras provas como os autos das buscas em que foram apreendidos materiais ligados ao tráfico bem como estupefacientes.
Foram arroladas 24 testemunhas, sendo que três são os polícias que fizeram a investigação. O Ministério Público decidiu ultrapassar o limite de 20 testemunhas, por considerar que, além dos investigadores, todas as testemunhas têm conhecimento directo dos factos por serem compradores de droga aos arguidos. Justificando ainda que a presença de todas as testemunhas em julgamento é necessária à descoberta da verdade material.
O antigo dono do restaurante na Tapada está acusado de um crime de tráfico de menor gravidade e o ex-funcionário do bar do Vale de Santarém responde por dois crimes, um de tráfico e outro de detenção de arma proibida.