Sociedade | 20-09-2024 21:00

Seis mil utentes estão sem médico de família em Castanheira do Ribatejo

Saída de clínica deixou milhares de pessoas sem médico de família. Comissão de utentes já pediu uma reunião com carácter de urgência à administração da Unidade Local de Saúde Estuário do Tejo e à ministra da Saúde. Município de Vila Franca de Xira também já expressou preocupação.

O Centro de Saúde de Castanheira do Ribatejo perdeu uma médica e vai ficar reduzido a apenas um médico no quadro, estando 6.187 utentes sem médico de família, denuncia a Comissão de Utentes da Castanheira do Ribatejo e Cachoeiras (CUCRC) em comunicado. O médico que está ao serviço tem a seu cargo uma lista de 1.500 utentes.
Segundo a comissão, a médica que estava a prestar serviço naquele centro de saúde vai sair e não se perspectiva a chegada de qualquer clínico para a substituir. Por esse motivo, a comissão de utentes já enviou um pedido de agendamento de uma reunião, com carácter de urgência, à administração da Unidade Local de Saúde (ULS) Estuário do Tejo, liderada por Carlos Andrade Costa, no sentido de perceber a situação actual dos centros de saúde, bem como dos profissionais de saúde afectos e qual a perspectiva futura de melhoria do serviço.
O mesmo pedido foi enviado à ministra da Saúde, Ana Paula Martins. A situação complicada do Centro de Saúde da Castanheira do Ribatejo foi também discutida na última reunião de câmara de Vila Franca de Xira, realizada precisamente em Castanheira do Ribatejo na manhã de 11 de Setembro. O vereador Nuno Libório, da CDU, lamentou o “sucessivo desinvestimento” no Serviço Nacional de Saúde e avisou que é preciso que o problema se resolva rapidamente. “Está tudo muito errado. Os utentes sabem que o SNS é o único que não lhes pergunta quanto têm na conta para os poder socorrer e não nos pergunta qual é a doença para saber se é rentável ou não”, afirmou.
O presidente da Aâmara de Vila Franca de Xira, Fernando Paulo Ferreira (PS), está também preocupado com a situação já tendo falado com a ministra da Saúde sobre o problema, não se perspectivando soluções para breve. “Ainda assim a criação das ULS permitiu atacar o problema da falta de resposta a quem não tem médico de família, permitindo dar resposta mais rápida a quem precisa de consulta mesmo não tendo médico através da disponibilização dos meios de diagnóstico do hospital ao serviço dos centros de saúde”, notou.

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