População de Biscainho denuncia deposição de monos
Monos e resíduos são despejados ao lado dos contentores e mancham a imagem da localidade do Biscainho, em Coruche. O presidente da câmara e o administrador da Ecolezíria reconhecem a gravidade do problema e tentam encontrar soluções para travar a acumulação de lixo.
A deposição de monos e materiais sobrantes de obras e jardins continua a ser um problema recorrente em diversos concelhos do Ribatejo, manchando a paisagem e a boa imagem das localidades. A situação mais recente foi denunciada pela população de Biscainho, no concelho de Coruche, que denunciou a deposição de pneus, electrodomésticos, móveis e colchões junto aos contentores instalados em várias ruas, tais como São Pedro, São João, Montemor, Nossa Senhora de Fátima e rua dos Vitais.
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), reconhece a gravidade da situação e compreende as reclamações dos munícipes. “Esta questão não é só do nosso município; é transversal aos municípios portugueses, com uma maior aglomeração de lixo que não se limita aos resíduos domésticos ou urbanos”, disse a O MIRANTE. O autarca sublinha que esta problemática acarreta um maior esforço para as entidades públicas, nomeadamente as câmaras municipais, que se “vêem obrigadas a intervir” na recolha de resíduos fora da responsabilidade da entidade gestora, no caso de Coruche a Ecolezíria.
O autarca admite que têm existido problemas funcionais na recolha de resíduos, especialmente em períodos festivos com maior afluência de pessoas e produção de resíduos. “Nalguns casos e circunstâncias específicas as recolhas não têm sido feitas na hora, especialmente nas festas, onde houve uma maior aglomeração de pessoas, uma maior produção de resíduos que resultaram da limpeza e outros factores”, explica Francisco Oliveira, acrescentando que a autarquia está empenhada em tentar encontrar novas soluções com a Ecolezíria para encaminhar alguns fluxos de resíduos, promover campanhas de recolha porta a porta para reduzir a quantidade de lixo nos contentores e promover a valorização de papel, plástico e metal.
Ecolezíria fala em situações pontuais
Contactado por O MIRANTE, Dionísio Mendes, administrador executivo da Ecolezíria e antigo presidente da Câmara de Coruche, considera que se trata de “situações pontuais” e que têm a ver com “a deposição de monos junto aos contentores”. Acrescenta que a recolha de resíduos sólidos urbanos e dos ecopontos é da responsabilidade da Ecolezíria, enquanto a recolha de monos é assegurada pelas câmaras municipais.
Dionísio Mendes alerta também para a falta de cuidado de algumas pessoas que depositam monos junto aos contentores em vez de recorrerem ao serviço gratuito disponibilizado pelos municípios. “Durante o Verão e as festas locais, é frequente ver-se limpezas que resultam na acumulação de monos, o que é incómodo e dá mau aspecto à via pública”, salienta. Apesar de reconhecer as dificuldades sazonais, Dionísio Mendes garante que o serviço está a funcionar em pleno, quer em meios técnicos, quer a nível de operacionais, e que são feitas diligências para comunicar às autarquias a existência de monos junto aos ecopontos.