Sociedade | 23-09-2024 15:00

Uma profissão discreta que está por trás de grandes feitos desportivos

Uma profissão discreta que está por trás de grandes feitos desportivos
Rui Faria diz que é gratificante ver um atleta competir numa prova onde, antes da fisioterapia, não se via a participar

Rui Faria é proprietário das Clínicas Rui Faria em Leiria, Torres Novas, Aveiro e Santarém. Iniciou-se como fisioterapeuta no Sporting Clube de Portugal e no currículo conta com atletas como o tenista Jiri Vesely, que eliminou Djokovic no Dubai. O MIRANTE dá-lhe a conhecer a história de Rui Faria, que homenageia o pai na profissão que escolheu para a vida.

Rui Faria gere quatro clínicas de fisioterapia aos 35 anos. As Clínicas Rui Faria, em Leiria, Torres Novas, Aveiro e Santarém são uma homenagem ao pai, fisiatra de Leiria falecido num acidente de viação quando Rui Faria tinha 12 anos. O MIRANTE conversou com o fisioterapeuta a propósito do Dia Mundial da Fisioterapia, que se assinala anualmente a 8 de Setembro, traçando o seu percurso pela profissão e trabalho diário com os pacientes.
Mestre em fisioterapia no desporto pela Universidade Autónoma de Barcelona e especialista em neuromodulação não invasiva pela Universidad de Las Palmas de Gran Canaria, Espanha, cresceu com o pai a receber atletas em casa e sempre soube que queria trabalhar na área. “Talvez utilize a profissão para me sentir mais próximo dele”, confessa.
Jogou andebol 14 anos e o seu primeiro trabalho após licenciar-se em Osteoetiopatia, na Bélgica, foi nos escalões de formação do andebol do Sporting Clube de Portugal, acabando a liderar a equipa de fisioterapeutas. Retomou a Leiria, onde abriu o primeiro espaço em que tinha a mãe na recepção. Quando casou conseguiu expandir o negócio para outras cidades, contando actualmente com duas dezenas de profissionais. Nas horas vagas dá formação online a fisioterapeutas de Portugal e Espanha que o vêem como uma referência.
“Tanto é gratificante colocar um atleta a poder participar numa prova que à partida não pode participar, como levar ao melhor de si alguém que a nível funcional está muito debilitado e pouco autónomo”, afirma. O fisioterapeuta recorda o caso do tenista checo Jiri Vesely no circuito ATP. Rui Faria conta que o atleta teve uma lombalgia muito grave no Dubai, numa semana de sete jogos, mas com fisioterapia conseguiu que Jiri Vesely eliminasse vencedores de Grand Slams como Novak Djokovic e outros. “Não há nenhuma lesão que se trate igual a outra, apesar de haver algumas directrizes”, esclarece.
Na clínica é prestado um serviço “diferenciado e focado na qualidade, em que o fisioterapeuta está exclusivamente com aquela pessoa”. Há uma procura para a área da musculoesquelética, mas as Clínicas Rui Faria dão resposta ao mais variado leque de casos, nomeadamente neurológicos, geriatria, cardiorrespiratórios, pediatria. Dispõem de serviços de psicologia, classe de pilates, nutrição e tem havido investimento em tecnologia para as disfunções do sono, problemas de dor crónica, fibromialgia, ansiedade, depressão, enxaquecas e bexiga hiperativa.
O profissional acrescenta que “é um trabalho focado na terapia manual, no exercício e dentro do exercício há uma abordagem própria em que se desmonta a especificidade do movimento”. “Ao nível da terapia manual também nos focamos muito nas fontes de captação de informação do nosso corpo, porque é através da captação da informação que temos alterações na nossa percepção corporal e movimento humano”, conclui.
Manter-se actualizado é uma das razões para dar formação. “Quando já temos um volume grande de pacientes e algum reconhecimento é fácil cair no comodismo”, admite, revelando que o objectivo passa por consolidar o negócio e “dar cada vez mais condições aos colaboradores e pacientes”.

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