Sociedade | 24-09-2024 18:00

Açude obsoleto na ribeira de Perofilho removido para melhorar condições dos ecossistemas

Açude obsoleto na ribeira de Perofilho removido para melhorar condições dos ecossistemas

Arrancou a obra de restauro da conectividade fluvial da ribeira de Perofilho, na bacia do rio Tejo, com a remoção de um açude obsoleto.

A Associação Natureza Portugal (ANP|WWF), o município de Santarém e a SOS Animal deram início à remoção de uma barreira fluvial obsoleta, o açude da ribeira de Perofilho, em Santarém. A demolição da barreira fluvial tem o apoio do programa European Open Rivers Programme, uma organização que atribui fundos dedicados à remoção de barreiras obsoletas em rios europeus, com vista ao seu restauro. O processo de remoção do açude, construído em betão, incluiu a monitorização das populações de peixes da ribeira, e incluirá ainda a remoção manual das canas, uma espécie invasora presente na área envolvente do açude. Após a remoção, terá início o restauro ecológico da área intervencionada, com a plantação de árvores e arbustos em ambas as margens e, durante os meses seguintes, será efectuada a monitorização das populações dos peixes, para verificar a evolução do seu estado antes e depois da remoção.
A remoção do açude de Perofilho vai permitir restaurar a conectividade fluvial da ribeira de Perofilho e melhorar as condições de habitat de espécies nativas e ameaçadas, como a boga-portuguesa, a enguia, a rã-de-focinho-pontiagudo e a lontra, cuja ocorrência foi documentada na proximidade do açude. “Esta é a segunda vez que a ANP|WWF ganha um financiamento do European Rivers Programme para a remoção de uma barreira fluvial obsoleta – no caso deste açude, já não cumpre a função para a qual foi construído e, aos dias de hoje, está apenas a obstruir o curso natural da ribeira e a prejudicar a biodiversidade local (…)”, afirma Maria João Costa, Coordenadora de Água na ANP|WWF.
“O município de Santarém tem como prioridade prosseguir uma gestão sustentável dos seus recursos hídricos, alicerçado na capacitação e nas parcerias inovadoras que possibilitam projectos de reabilitação fluvial e restauro da natureza com o envolvimento dos cidadãos. (..) O trabalho desenvolvido pela autarquia marca a sua estratégia com o projecto Reabilitar Troço-a Troço e alcançou o nível de execução da obra ambiental do Alviela 7.7, em 7 km do rio Alviela e 700 m do rio Centeio, com recurso a Técnicas de Engenharia Natural, remoção de espécies exóticas e invasoras, e implementação de um trilho pedonal e ciclável, acreditando numa trajectória de restauro dos ecossistemas ribeirinhos, na qual a componente de remoção de barreiras artificiais obsoletas é fundamental para a conectividade fluvial no nosso território”, refere Nuno Russo, vereador da câmara municipal. A SOS Animal considera de extrema importância a existência de espaços que funcionem como “santuários de vida, onde a natureza pode retomar o seu equilíbrio natural. A remoção desta barreira fluvial é um passo fundamental para restaurar a biodiversidade e garantir que espécies em risco possam prosperar novamente no seu habitat natural (…)”, diz Sandra Duarte Cardoso, presidente da direcção da SOS Animal Portugal, DVM, MSc & PhD St.

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