Processo de atribuição de casas municipais no Entroncamento manchado pela suspeição
Atribuição de habitação a antigo funcionário municipal, com ligações ao PS, continua a gerar dúvidas na oposição no Entroncamento.
Assunto foi questionado na última reunião camarária e o vereador Luís Forinho pede que se investigue, até porque o concurso tem como espírito apoiar jovens em início de vida, proporcionando habitação com rendas acessíveis. Presidente do município considera acusações falsas e abjectas.
Continuam as dúvidas, entre a oposição na Câmara do Entroncamento, sobre o concurso para habitações a custos acessíveis no concelho. O vereador eleito pelo Chega, Luís Forinho, pediu na última reunião do executivo que fosse identificado o IP informático da candidatura de um habitante do concelho, reformado, antigo funcionário público e militante do Partido Socialista, que teve direito a uma habitação. “O cidadão em causa, colocou a sua habitação em nome do filho para poder concorrer. Pergunto, visto ser uma questão relativamente fácil, se é possível identificar de onde o senhor fez a sua candidatura e em que computador, para que tenhamos acesso e seja percebida a questão do porquê de lhe ter sido atribuída uma casa”, disse Luís Forinho, acrescentando que vai fazer um pedido por escrito.
Na reunião de câmara de 6 de Agosto, o vereador do PSD, Rui Madeira, já havia levantado dúvidas sobre o critério de atribuição de casa, em concreto, ao antigo funcionário municipal e militante socialista. Luís Forinho juntou-se à controvérsia questionando o concurso que “devia apoiar os jovens no início de vida, com a facilidade das rendas acessíveis”. O vereador diz-se muito admirado por ver casas entregues a pessoas reformadas em vez de jovens, destacando a situação frisada por Rui Madeira. “Um reformado de profissão e acérrimo defensor do socialismo, que era proprietário de um imóvel e que o passou para nome de outro familiar para concorrer”, acusou.
Presidente fala em insinuações maldosas e falsas
O presidente da câmara, Jorge Faria (PS), considerou lamentável o vereador voltar ao assunto, acusando Luís Forinho de não conhecer as regras “de um concurso que é público e aprovado pelo IHRU”. “Mais uma vez volta a acusar, porque acha que todos agem como o senhor agiria se aqui estivesse. É uma situação abjecta e repetida, em que o senhor vereador faz afirmações falsas para tentar convencer as pessoas”, atira.
Jorge Faria acusou o vereador de levantar insinuações maldosas e falsas. “Está redondamente enganado e sempre pautamos a nossa actividade por seriedade, rigor e trabalho em prol das pessoas. Ter recuperado este bairro ferroviário é algo que o senhor não teria sequer capacidade de fazer ou pensar. É uma pessoa mal-formada, que vive na base do insulto e que pensa que todos agem com a falta de seriedade que agiria se aqui estivesse”, diz Jorge Faria.
Luís Forinho esperou até à última reunião para responder ao presidente. “Nunca estive ligado à política nem sou filho de político, estou aqui a convite de um partido pelo qual fui eleito, não acredito que isso seja falta de competência. Falta de competência é gastar meio milhão num projecto de bicicletas urbanas para serem retiradas 15 dias depois devido a vandalismo e ter o Jardim de Infância Sophia Mello Breyner fechado há tanto tempo, com crianças à espera e escolas sobrelotadas. Se as reuniões têm aumentado de tom é culpa do presidente que já tentou negociar comigo de forma obscura no seu gabinete. Quanto à falta de seriedade, peço que me indique um ponto onde não tenha sido sério, justo e correcto e se conseguir dar-me um exemplo, eu peço desculpa”, atira Luís Forinho.