Cirurgia inovadora no Médio Tejo dá nova vida a utente com grave problema urológico
Carlos Freire sofria de estenose da uretra, um grave problema urológico que lhe causava dores e lhe retirava qualidade de vida. Foi tratado com recurso a cirurgia inovadora no Hospital de Tomar.
A vida de Carlos Freire deu uma volta de 180 graus depois de ser operado a um grave problema urológico – estenose da uretra – através de um procedimento cirúrgico altamente inovador no Hospitalar de Tomar, da Unidade Local de Saúde (ULS) do Médio Tejo. João Carlos Dias, director do Serviço de Urologia, liderou a equipa que, durante quatro anos, nunca desistiu de lhe devolver a sua saúde e qualidade de vida. ”Há muito tempo que não tinha seis meses sem ter dores e visitas aos hospitais. Era pelo menos de dois em dois meses”, refere Carlos Freire citado em comunicado da instituição.
“A minha vida era muito complicada. Não saía, tinha dores, o desconforto da algália… Não podia visitar a minha família (…) tinha sempre de ter uma casa-de-banho e um hospital próximos de mim. Por causa desta operação, já estive com o meu netinho. Faço caminhadas todos os dias e como sou amante do mar tenho ido à pesca. Passo o tempo como uma pessoa normal”, sublinha.
A equipa médica encontrou há seis meses uma alternativa eficaz, numa abordagem minimamente invasiva e pioneira, que previne o crescimento de novo tecido cicatricial causando os bloqueios da uretra que este utente cronicamente sofria. O tratamento consiste num balão endoscópico que é introduzido na uretra. Após ser insuflado no estreitamento que provocava a patologia, esta abordagem oferece alívio imediato. A diferença entre os balões tradicionais, que também já se utilizam nesta patologia, é que este dispositivo está revestido de um agente de quimioterapia muito inovador, que se vai difundir e aplicar um tratamento localizado na mucosa afectada pelo bloqueio da uretra. Após alguns minutos, o balão com o agente de quimioterapia é desinsuflado e removido. “O Serviço de Urologia da ULS Médio Tejo, pioneiro nesta abordagem no SNS, vai continuar a realizá-la em utentes, na sua maioria homens, que necessitem”, garante a instituição.