Depois de esfaqueamento ministro da Educação visita sem avisar escola da Azambuja
A Câmara de Azambuja, em colaboração com a Unidade Local de Saúde, tem oferecido apoio psicológico à comunidade escolar, após um aluno de 12 anos ter esfaqueado seis colegas na Escola Básica de Azambuja.
O jovem agressor foi enviado para um centro educativo em Lisboa e o estabelecimento de ensino reabriu um dia após o incidente, o que motivou críticas de alguns pais. O ministro da Educação visitou a escola sem avisar.
A Escola Básica de Azambuja abriu normalmente no dia seguinte ao aluno de 12 anos ter esfaqueado seis colegas, o que motivou criticas de alguns pais que acharam prematura a reabertura do estabelecimento de ensino. Um dia após a ocorrência, quarta-feira, 18 de Setembro, faltaram às aulas 140 crianças. Na quinta-feira faltaram 40 alunos e na sexta-feira 30 alunos. Na segunda-feira, 25 de Setembro, faltaram pouco mais de 20 crianças. As seis crianças que ficaram feridas, cinco meninas e um rapaz, já tiveram todas alta hospitalar e regressaram a casa ainda durante a semana.
Vários pais e até alguns funcionários, ouvidos por O MIRANTE, não calaram a revolta contra a decisão do Ministério da Educação, agrupamento e Direcção Regional de Educação de mandar reabrir o estabelecimento de ensino normalmente. “Estive na escola às 08h25 desta manhã (quarta-feira) e vi muitos pais a entregar os meninos normalmente e vi outros a chegar nos transportes como seria expectável. Mas há meninos que não foram por opção dos pais. Com certeza amanhã estarão mais serenos e mandarão os filhos à escola”, disse na altura o presidente da Câmara de Azambuja, Silvino Lúcio a O MIRANTE.
A decisão de abrir a escola foi tomada em reunião do Conselho Geral e uma semana depois, segundo Silvino Lúcio, “as coisas estão tendencialmente a voltar à normalidade”. O ministro da Educação, Fernando Alexandre, furou o protocolo e apareceu na escola de Azambuja sem avisar a câmara. O governante falou com a comunidade educativa e participou na reunião do Conselho Geral, onde Silvino Lúcio não esteve presente porque não sabia da visita do ministro e porque tinha agendada uma reunião com empresários, segundo justificou em reunião de câmara.
Silvino Lúcio explicou que após o episódio foi o interlocutor com a comunicação social porque a directora do Agrupamento de Escolas de Azambuja, Madalena Tavares, foi impedida de falar com os jornalistas pelo Director Regional de Educação e pelo ministro. A Unidade Local de Saúde (ULS) do Estuário do Tejo associou-se à Câmara de Azambuja no apoio à comunidade educativa e enviou mensagens a todos os pais a disponibilizar apoio psicológico. No dia da ocorrência realizou-se uma sessão de apoio psicológico dirigida ao pessoal não docente e na terça-feira, 24 de Setembro, os psicólogos da ULS realizaram nova sessão com o pessoal docente da escola básica. Os pais e as crianças afectadas têm apoio psicológico contínuo através dos psicólogos da ULS, segundo garantiu a câmara.
Aluno que esfaqueou colegas está em centro educativo
O aluno de 12 anos que entrou na escola, com um colete à prova de bala e munido de uma faca, acabando por esfaquear seis colegas, foi enviado para um centro educativo em Lisboa. A medida foi decretada pelo Tribunal de Família e Menores de Vila Franca de Xira. O centro funciona em regime aberto e semiaberto porque a lei não permite que os menores de 14 anos fiquem em regime fechado, com total privação da liberdade.
A investigação das autoridades concluiu que o rapaz pesquisava sites de ideologia nazi, de acordo com o jornal Expresso. Apesar de a investigação ainda estar a decorrer, as autoridades relacionaram os conteúdos ideológicos consumidos online com o ataque aos colegas da escola, considerando que o rapaz se deixou “influenciar pelo ideário nazi com informação que se encontra facilmente na Internet em fontes abertas”, relatou a fonte ao jornal.