Sociedade | 30-09-2024 21:00

Alunos do secundário mais indecisos na altura de escolher a sua área profissional

Alunos do secundário mais indecisos na altura de escolher a sua área profissional
Estudantes de Santarém deixam porta aberta quanto a futuro profissional depois do percurso escolar

Cada vez há mais estudantes indecisos entre que carreira profissional seguir e que universidade escolher. Jovens afirmam sentirem-se “perdidos” pois escolher uma área no ensino superior está entre os momentos mais importantes da vida deles.

Escolher a profissão para o futuro não é tarefa fácil e apesar de muitos alunos saberem o que querem ser, a maioria sente-se “perdida” quando se trata da orientação profissional e que área vão escolher dentro de uns meses, quando chegar a altura de ingressarem no ensino superior. O testemunho é partilhado por vários alunos em conversa com O MIRANTE durante a primeira semana deste ano lectivo.
No Liceu Sá Bandeira, Renato Chirila, de 19 anos, frequenta o 12º ano do Curso Profissional de Desporto e pretende seguir a profissão de personal trainer, mas diz que ainda tenciona ir um ano para o recrutamento militar. Apesar de ter a certeza na profissão, o aluno não tem uma ideia clara sobre o local onde pretende ingressar no ensino superior e está indeciso entre ir para uma universidade ou para um instituto politécnico. Carolina Nunes, de 15 anos, aluna do 11º ano do curso de ciências e tecnologia, afirma que ainda não sabe o que quer seguir como profissão nem o que estudar, mas garante que quer ir para a universidade. Diz que matemática não é o seu forte, mas que não vai deixar que isso seja um factor que influencie uma futura decisão. Santiago, de 16 anos, frequenta o 11º ano do curso de Ciências Socioeconómicas e tenciona seguir o curso de Gestão no ensino superior, apesar de ainda não saber que universidade vai escolher. A O MIRANTE garante que não se sente nervoso por se estar a aproximar a altura de escolher e que é importante os alunos mais indecisos não “dramatizarem” porque o tempo é o “nosso melhor conselheiro”.
Na Escola Secundária Ginestal Machado, também em Santarém, Carolina Dias é uma aluna de 16 anos que cedo percebeu que a sua área predominante é Letras. Escolheu o curso de Línguas e Humanidades por não gostar da disciplina de Matemática, embora não se sinta confortável ainda para dizer que área vai escolher dentro de meses. Afonso Madeira, também de 16 anos, frequenta o 11º ano do curso de Ciências e Tecnologia e entrou na área sem saber que profissão queria ter no futuro. No entanto, já pondera os campos de Medicina ou Engenharia, mas sem certezas, até porque as médias para ingressar nesses cursos são habitualmente muito elevadas.

Aulas começaram para 1,3 milhões de alunos
Cerca de 1,3 milhões de estudantes começam as aulas de mais um ano lectivo em que milhares de alunos voltam a não ter todos os professores. Tal como tem acontecido nos últimos anos, o regresso às aulas volta a ser marcado pela falta de professores em muitas escolas. Os resultados da segunda reserva de recrutamento deixaram 1.091 horários por preencher, a que se somam os horários diariamente disponibilizados através da contratação de escola, o último recurso disponível para o recrutamento de professores. As disciplinas com maior carência são Informática, com 86 horários por ocupar, Português (65 horários), Matemática (63 horários), Física e Química (53 horários) e História e Geografia (98 horários). O número de professores, que rondava habitualmente os 150 mil, registou no ano lectivo de 2022/2023 a sua primeira diminuição em muitos anos, com menos 0,55% nas escolas em relação ao ano anterior, segundo dados da Direção-Geral de Estatísticas de Educação e Educação (DGEEC).

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