Sociedade | 02-10-2024 07:00

Pedro Ribeiro defende fusão e concentração de corporações de bombeiros

Pedro Ribeiro defende fusão e concentração de corporações de bombeiros
Pedro Ribeiro defendeu num artigo de opinião que no que toca ao socorro Portugal continua a fazer milagres

Presidente da câmara e da direcção dos Bombeiros Voluntários de Almeirim diz que há demasiados corpos de bombeiros para o número de concelhos do país. Para Pedro Ribeiro o paradigma tem de mudar, senão vão aparecer muitos quarteis de bombeiros fechados.

O presidente da Câmara Municipal de Almeirim diz que a fusão e concentração de corporações de bombeiros pode e deve ser uma medida importante a tomar num futuro próximo, acrescentando que deve haver incentivos a isso, sobretudo financeiros. Num artigo de opinião no jornal Público, o também presidente da direcção dos Bombeiros Voluntários de Almeirim afirma que existem cerca de 450 corpos de bombeiros para 308 concelhos. “São demasiados e com isso perdemos operacionalidade e aumentamos custos. Ou mudamos de paradigma na protecção e socorro ou, então, um destes dias teremos quartéis de bombeiros fechados. E são os bombeiros dos corpos voluntários o suporte do socorro em Portugal. Nesse dia o cenário será pior, muito pior, do que o de ter urgências fechadas”, refere.
Pedro Ribeiro apresenta sugestões para melhorar a operacionalidade e o combate aos incêndios, nomeadamente o reforço de operacionais e mudança de paradigmas da Força Especial de Protecção Civil (FEPC) que, na opinião do autarca, deveria voltar a chamar-se Força Especial de Bombeiros. O presidente diz que é essencial o regresso da FEPC aos helicópteros, ou seja, aos meios aéreos de primeira intervenção, incluindo a criação de brigadas helitransportadas específicas para guarnecer e rentabilizar os futuros meios aéreos de combate a incêndios da Força Aérea Portuguesa (FAP), os Black Hawk. É também fundamental a criação de Equipas de Intervenção Permanente (EIP) florestais nos corpos de bombeiros, equipas essas que devem fazer prevenção estrutural em estreita ligação com os Gabinetes Técnicos Florestais dos municípios e podem intervir na estabilização de emergência após os fogos e ao mesmo tempo participar no combate ampliado quando e se for necessário, acrecsenta.
Pedro Ribeiro sublinha que é preciso “dotar a Agif (Agência de Gestão Integrada de Fogos Rurais) de uma nova mentalidade. “Fartinho de gente que sabe sempre tudo, mas nunca sabe o que fazer quando é preciso”, vinca, afirmando que é necessário criar uma carreira para os profissionais nos corpos de bombeiros voluntários definindo a forma de progressão e valores a receber em todo o país. O autarca conclui referindo que a compra de meios aéreos a serem colocados na dependência da Força Aérea com características diversas, acompanhado de reforço da dotação de pilotos e pessoal técnico é outra das medidas a ter em conta. “Portugal continua a ser um país onde todos nos mobilizamos, e bem, quando é preciso fazer, e fazemos muitas vezes milagres. Mas continuamos também a ser um país onde quem faz leis e decide não conhece o terreno. A desculpa que Bruxelas não deixa já não serve”, conclui.

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