Bruno Oliveira, da Junta da Parreira, põe a nu falta de liderança do presidente da câmara da Chamusca
Bruno Oliveira interveio na última assembleia municipal para pedir ao presidente da Câmara da Chamusca para não se esquecer das questões do loteamento da Parreira e do mau estado das estradas. O presidente da União de Freguesias da Parreira e Chouto não recebeu qualquer resposta de Paulo Queimado e foi preciso a intervenção de um munícipe para ouvir as explicações do presidente da câmara.
O presidente da União de Freguesias da Parreira e Chouto pediu ao presidente da câmara, Paulo Queimado (PS), para não se esquecer da sua freguesia, nomeadamente em relação ao loteamento e aos problemas nas estradas. O desabafo de Bruno Oliveira (PS) foi partilhado durante a última assembleia municipal, que se realizou a 26 de Setembro, mas o autarca ficou sem resposta do presidente da câmara por ter sido apenas “recomendação”.
Bruno Oliveira insistiu que utilizar os lotes municipais para fixar população na Parreira é muito essencial para o concelho. “Não se pode esquecer porque é muito importante para a nossa freguesia e concelho. Estamos a perder uma oportunidade, possível, de recuperar alguma população que nos últimos anos temos vindo a perder”, pediu o autarca socialista. No final da sessão, o munícipe Manuel de Oliveira, natural da Parreira, lamentou que o presidente da câmara dê pouco interesse ao assunto e que não se justifique perante o problema. Desta vez Paulo Queimado respondeu afirmando que é uma questão que preocupa muito o executivo e que as entidades responsáveis sugerem que enquanto houver casas para reabilitar, não se devem construir novas casas (...) A grande prioridade neste momento é a habitação para arrendamento a custos controlados e acessíveis (...)” disse.
Recorde-se que numa entrevista recente a O MIRANTE, publicada na edição de 8 de Agosto deste ano, Bruno Oliveira admitiu sentir-se frustrado quando saíram os Censos em 2021. “Perder tanta população em tão pouco tempo é preocupante. Tivemos muito trabalho a fazer regulamentos de promoção para a fixação de população e construção de habitação e depois não conseguimos dar a oferta necessária à procura. “Nós temos terrenos para fazer construção, as pessoas querem vir para cá, mas não podemos construir”, disse, acrescentando que “desde 2014 que comecei esta luta para criar e disponibilizar os lotes dos terrenos que são do município para construção porque muita gente me vem dizer que quer vir morar para a nossa freguesia. As respostas são sempre as mesmas. Hoje é falta de um regulamento, amanhã é a falta de cabimento para a infraestrutura, disponibilidade orçamental...Há sempre alguma condicionante. Faço pressão quase todos os meses, mas não sei se vamos conseguir disponibilizar os lotes”, lamentou.
Questionado sobre se é uma mágoa que fica, uma vez que cumpre o último mandato, Bruno Oliveira foi claro: “sem dúvida. Estamos a falar de uma freguesia que perdeu 15% de população em 10 anos. Almeirim teve uma expansão a nível industrial muito grande e podíamos ter ganho com isso. As pessoas não se importam de fazer 10 ou 15 quilómetros para uma aldeia vizinha, como a Parreira, onde a câmara tem hectares que podia disponibilizar, mas não o faz. A minha maior mágoa é essa”, concluiu.
Mau estado das estradas
Bruno Oliveira usou da palavra para criticar o facto da maioria das estradas das aldeias que compõem a sua freguesia estarem em mau estado, depois de terem sido realizadas intervenções de saneamento básico pela Águas do Ribatejo. Para o autarca, as intervenções são feitas, mas não são bem concluídas e isso causa bastantes constrangimentos à população e a quem circula nas vias.