Sociedade | 08-10-2024 07:00

Nunca houve tantos furtos de cortiça no distrito de Santarém

Nunca houve tantos furtos de cortiça no distrito de Santarém
Em alguns casos a cortiça furtada é triturada para não ser identificada e misturada com cortiça legal

Este ano já se registaram 65 furtos, sendo que só em Coruche foram cerca de duas dezenas. Não houve qualquer detenção até ao momento. 2023 marcou o pico de furtos.

Os furtos de cortiça no distrito de Santarém têm aumentado nos últimos cinco anos, de acordo com os dados da Guarda Nacional Republicana, especificando que foram registados 56 casos em 2019 e 99 em 2023. Em 2021, houve uma diminuição para 32 casos, mas, em 2022, o número de furtos subiu para os 77. O ano de 2023 marcou o pico de furtos, com 99 ocorrências e sete detenções e, até 15 de Setembro de 2024, já foram contabilizados 65 furtos, sem qualquer detenção, precisou a GNR à Lusa.
O concelho de Coruche, que é o maior produtor de cortiça do distrito, destaca-se pela elevada incidência deste crime, com 20 furtos registados apenas este ano. Segundo dados recolhidos, os furtos de cortiça são, geralmente, cometidos por grupos organizados que utilizam como principais métodos a extracção directa da cortiça das árvores ou o furto da cortiça empilhada. “A prática deste tipo de ilícito criminal normalmente está associada a grupos organizados que utilizam como ‘modus operandi’ a extracção directa da árvore ou ao furto da cortiça empilhada. Existe uma maior preponderância de registos dos primeiros, não obstante a maior dificuldade e demora quando comparada com a segunda”, explicou a GNR.
A cortiça furtada é triturada para não ser identificada e depois vendida para a produção de aglomerados, onde, por sua vez, é adquirida por intermediários que a misturam com cortiça legal. “Tudo indica que a cortiça seja vendida a intermediários compradores de cortiça, que depois a juntam à cortiça vendida por tiradores legais, integrando-a no mercado legal através da revenda conjunta a fábricas de cortiça. Também pressupomos que o mercado destino da cortiça furtada seja o mercado nacional”.
Face a este aumento de furtos, a GNR intensificou a patrulha com a Operação “Campo Seguro”, que começou no dia 1 de Julho e decorre até 16 de Fevereiro de 2025, e que desenvolve também acções de sensibilização para prevenir furtos em áreas agrícolas e florestais. A GNR diz que para combater este tipo de crime é necessário “reforçar as medidas de protecção de infraestruturas” como a “instalação de vigilância, restrição de acessos, vedações, instalação de placards de aviso e melhoria das condições de luminosidade”. As autoridades recomendam ainda instalar alarmes e colocar marcas nos equipamentos mais sensíveis e vulneráveis, bem como não colocar os “amontoados de cortiça junto a locais de fácil acesso”.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1687
    23-10-2024
    Capa Vale Tejo
    Edição nº 1687
    23-10-2024
    Capa Lezíria/Médio Tejo