Sociedade | 10-10-2024 18:00

Onda de assaltos aumenta sentimento de insegurança no Entroncamento

Assaltos à mão armada têm como alvo, sobretudo, jovens e idosos. Ocorrências têm acontecido perto da Escola Secundária do Entroncamento. Executivo camarário afirma tratar-se de quatro indivíduos, já identificados pelas autoridades.

A população do Entroncamento tem vivido em sobressalto nos últimos tempos. Praticamente todos os dias têm-se ouvido relatos de assaltos, sobretudo, a jovens e idosos, através do uso de armas brancas ou por esticão. Os assaltantes procuram, principalmente, dinheiro ou objectos de ouro, dirigindo-se, em vários casos, com as vítimas ao multibanco para que possam levantar dinheiro e entregá-lo aos ladrões. Os casos têm ocorrido, principalmente, na zona norte da cidade, nas proximidades da Escola Secundária do Entroncamento.
Segundo foi falado em reunião de câmara, trata-se de quatro indivíduos identificados pelas autoridades, estando já três em prisão preventiva, faltando apanhar um. No entanto, segundo explica o presidente do município, Jorge Faria (PS), é preciso ser apanhado em flagrante delito. A maioria dos assaltos tem sido feita apenas por um indivíduo, que a população tem identificado e de quem tem feito circular fotografias.
Na reunião camarária de 1 de Outubro, a munícipe Maria João Fernandes deu conta da preocupação de vários pais de jovens e crianças do concelho e questionou o executivo sobre o ponto de situação do plano de videovigilância para o concelho e de que maneira de podiam unir esforços para solicitar mais efectivos para o corpo da Polícia de Segurança Pública. “Nunca tive medo de andar sozinha e hoje tenho. Tenho medo de atravessar a ponte da estação ou de andar nas ruas do concelho à noite. Esta manhã estive na esquadra, onde fui bem atendida e explicaram-me o que estava a acontecer. Mas se o indivíduo está identificado, como não está a ser vigiado para ser apanhado em flagrante? E quanto ao programa da Escola Segura, parece que só existe em redes sociais. Temos pais e crianças com receio. A PSP devia enviar uma mensagem à comunidade ou as crianças deviam ser instruídas como reagir em caso de assalto”, alerta a munícipe.

Videovigilância aguarda licenciamento
Jorge Faria explica que a instalação do sistema de videovigilância é um projecto que está a ser realizado em conjunto com a PSP, e que aguarda, desde 27 de Julho, avaliação e licenciamento da instituição competente, tendo já o plano de videovigilância definido e articulado. O autarca afirma que a falta de efectivos é uma preocupação do município, que tem manifestado essa necessidade junto das entidades competentes, mas garante que a PSP faz um excelente trabalho com os recursos que tem. Em caso de assalto, Jorge Faria aconselha as vítimas a apresentarem queixa na esquadra. Acrescentou que a Escola Segura está a ser retomada e é uma prioridade do comando local da PSP, no entanto, afirma que foi preciso ajustar os meios.
O vereador Rui Madeira (PSD) também lamentou a situação, lamentando que o sistema de videovigilância se encontre “em banho-maria, sem andar para a frente nem para trás”. O autarca da oposição faz uso de dados para afirmar que a criminalidade no concelho aumentou, praticamente, 40% de 2022 para 2023, com 712 crimes por ano, fazendo uma média de quase dois crimes por dia. “Não há dados relativamente a 2024, mas certamente, devem ultrapassar estes pela onda de assaltos diária que temos assistido. Quem anda a pé no concelho, que são os mais jovens e mais idosos, tem medo”, lamenta o vereador.
Também o vereador eleito pelo Chega, agora independente, Luís Forinho acusa o executivo de maioria socialista de não reconhecer e assumir a insegurança no concelho. “Tenho alertado, várias vezes, sobre o aumento da violência no concelho. Acreditei que com o novo comissário as coisas mudassem, mas não mudaram”, afirmou.
O MIRANTE contactou a PSP para tentar obter mais informações, mas não obteve resposta até ao fecho desta edição.

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