Pais de alunos do Cartaxo contestam recusa no financiamento do ensino articulado de música
Associação de Pais do Agrupamento Marcelino Mesquita protestaram em assembleia municipal contra a recusa de financiamento ao ensino de música articulado. Município e associação de pais exigem explicações sobre os critérios de exclusão.
A Associação de Pais (AP) do Agrupamento de Escolas Marcelino Mesquita, no Cartaxo, não esconde a indignação pela recusa de financiamento do ensino articulado de música. O descontentamento foi exposto na assembleia municipal de 26 de Setembro. Em representação da Associação, Estela Silva criticou a falta de respostas e de recursos financeiros para um ensino que proporciona uma formação especializada aos jovens. “O município e o agrupamento têm um protocolo assinado com o Conservatório Regional de Música de Santarém que é a única entidade da Lezíria do Tejo que pode concorrer aos contratos de patrocínio com o Ministério da Educação”, explicou, acrescentando que, entre reuniões com a câmara municipal e com o conservatório, a AP acompanhou os pais e alunos interessados a prestarem provas de aptidão.
Estela Silva disse que “como os resultados dos alunos foram um sucesso, o número de vagas estava preenchido e o transporte dos alunos estava assegurado pela autarquia, ficámos na expectativa do contrato de patrocínio ter aprovação”, sublinhou. Com mais esperanças ficaram após o Ministério da Educação ter aprovado uma turma de 16 alunos, na qual 14 fizeram as provas no Conservatório de Santarém e alcançaram algumas das melhores notas registadas. No entanto, e depois de várias reuniões e de um longo percurso de trabalho, a AP recebeu a notícia, no dia 24 de Setembro, de que o financiamento foi recusado. A Associação mostrou grande insatisfação dado que a região da Lezíria do Tejo está no fim da tabela com apenas 1,7% de alunos financiados.
Todos os partidos políticos afirmaram estar do lado dos pais. Consideraram ser uma discriminação e que é necessário solicitar a documentação e apurar os critérios que levaram a esta decisão. O presidente da câmara municipal, João Heitor, afirmou sentir-se enganado com o parecer, uma vez que “o Ministério da Educação nos disse que aprovava uma turma nesta escola”. Garantiu que o município, o agrupamento e os pais não vão baixar os braços, porque é um direito que conquistaram, para o qual trabalharam e para o qual lhes foi dada uma expectativa positiva.