Sociedade | 14-10-2024 10:00

Santuário de Fátima divulga obras de arte que formam espólio único

A divulgação das obras de arte do Santuário de Fátima será feita nas páginas do jornal oficial, que no número de Outubro dedica um vasto espaço à imagem original de Nossa Senhora, criada em 1920 por José Ferreira Thedim.

O Santuário de Fátima está a promover a divulgação das obras de arte que integram o seu espólio, considerando que “a linguagem da arte e a via da beleza são caminho imprescindível para a difusão e aprofundamento da mensagem”. No editorial do jornal oficial do santuário, Voz da Fátima, deste mês de Outubro, o reitor Carlos Cabecinhas sublinha que “os documentos do magistério eclesial mais recente sublinham, como uma das dimensões dos santuários cristãos, a dimensão cultural e especificamente artística”.
A divulgação das obras de arte do santuário será feita nas páginas do Voz da Fátima, que neste número dedica um vasto espaço à imagem original de Nossa Senhora, criada em 1920 por José Ferreira Thedim. “A escultura tornou-se num dos ícones marianos mais importantes do catolicismo contemporâneo”, adianta o santuário. Carlos Cabecinhas assegura que, ao longo da sua existência, o Santuário de Fátima “foi procurando conjugar culto e cultura, celebração da fé e expressão artística, nunca perdendo de vista a sua missão eminentemente cultural e de evangelização”.
Em Setembro de 2023, o historiador Vítor Serrão defendeu mesmo a candidatura do Santuário a Património da Humanidade da UNESCO, pela qualidade do conjunto monumental e artístico ali existente. “É um conjunto que concorre, por todos os valores estéticos, espirituais (…) e artísticos, para uma candidatura a Património da Humanidade que o é, de direito pleno”, pelos “vários contributos da melhor mão-de-obra artística do país e também de alguns artistas estrangeiros”, afirmou o historiador de arte na apresentação do livro “Fátima e a criação artística: o Santuário e a Iconografia”, de Marco Daniel Duarte.
António Teixeira Lopes, Irene Vilar, Lagoa Henriques, Zulmiro de Carvalho, Clara Menéres, José Aurélio, Marko Rupnik, Jorge Barradas, Eduardo Nery, Pedro Calapez, Catherine Greene, Robert Schad, Fernanda Fragateiro, entre outros, são artistas com obras no santuário. “No Santuário de Fátima – nos seus espaços e através da exposição permanente do Museu do Santuário ou das exposições temporárias – procura-se que a via da beleza seja caminho que permita aceder à mensagem de Fátima e aprofundar o seu sentido”, sublinha o reitor.
No mês de Novembro, a Voz da Fátima irá dar destaque coroa preciosa de Nossa Senhora, colocada na imagem que se venera na Capelinha das Aparições. A história desta coroa começa em 1942, quando um conjunto de mulheres portuguesas quis agradecer a Nossa Senhora de Fátima o facto de Portugal não ter entrado na 2ª Guerra Mundial, que ainda decorria”, informa o santuário. “Decidiram então doar peças valiosas - colares, pulseiras, anéis, brincos e outras jóias - que serviriam para a construção de uma coroa que seria colocada na veneranda imagem”, com a “coroação solene” a ocorrer em 1946.
Segundo o Santuário de Fátima, a coroa viria “quase a tornar-se, ela própria, um objecto de veneração depois do atentado contra João Paulo II em 1981. A bala que atingiu o Santo Padre, recebida por D. Alberto Cosme do Amaral das mãos do próprio Papa, em Roma, foi colocada na coroa de Nossa Senhora de Fátima oito anos depois do atentado na Praça de São Pedro”. A coroa pesa 1.200 gramas, contendo 950 brilhantes de 16 quilates, 1.400 rosas de 20 quilates, 313 pérolas, uma esmeralda grande e 23 pequenas, 33 safiras, 17 rubis, 260 pequenas turquesas, uma ametista e quatro águas-marinhas.

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