Sociedade | 15-10-2024 10:00

Camiões vão continuar a circular na Calçada da Junqueira apesar dos riscos e da contestação

Camiões vão continuar a circular na Calçada da Junqueira apesar dos riscos e da contestação
Camiões de grandes dimensões têm dificuldade em atravessar o túnel sob a Linha do Norte, à saída das Ómnias

Moradores e autarcas de Santarém têm alertado para o perigo que representa o trânsito de camiões carregados de areia na íngreme Calçada da Junqueira, a única via que actualmente liga a zona ribeirinha das Ómnias à cidade. Enquanto não for construído o viaduto sobre a Linha do Norte, no Peso, não há alternativas.

Os camiões que transportam areia extraída do Tejo junto às Ómnias, em Santarém, continuam a transitar pela Calçada da Junqueira para entrar e sair da cidade, apesar das queixas de moradores e autarcas que alertam para o risco da circulação de veículos de grandes dimensões naquela via íngreme que liga o lugar ribeirinho das Ómnias a Santarém.
Trata-se, no entanto, da única alternativa rodoviária que resta, devido ao encerramento da passagem de nível do Peso, há quatro anos, e à supressão mais recente de outra via alternativa, devido às obras de construção do Hospital da Luz. Ainda foi estudada uma hipótese de escoamento desse trânsito de camiões através de uma ligação à rotunda do Retail Park, mas verificou-se que era tecnicamente inviável. Perante essa realidade, a situação vai manter-se até que a Infraestruturas de Portugal construa uma passagem desnivelada sobre a Linha do Norte para substituir a antiga passagem de nível do Peso, desactivada por razões de segurança em 2020, após ali terem ocorrido dois acidentes com vítimas mortais.
O presidente da Câmara de Santarém, João Leite (PSD), disse na última sessão da assembleia municipal que “o problema está identificado” e que foi debatido na reunião que teve recentemente com o ministro das Infraestruturas. O governante terá deixado a garantia de se avançar com a adjudicação das obras na passagem de nível do Peso (e também noutra na Ribeira de Santarém) no primeiro semestre de 2025, sendo expectável que as empreitadas possam avançar ainda no próximo ano. “A alternativa é o Governo fazer a obra e ser ali a passagem mais segura para os camiões que transportam areia”, defendeu o presidente do município.
João Leite falou do assunto em resposta ao presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém, Diamantino Duarte (PS), que sublinhou que a Calçada da Junqueira “está sobrecarregada com trânsito de escoamento de areias do Tejo”, alertando que é um cenário de risco para peões e automobilistas. O presidente de junta lamentou que decorridos três meses desde que o assunto tinha sido levantado, em anterior assembleia municipal, não se tenha encontrado uma solução para o problema.

Uma bomba-relógio
Recorde-se que, na sessão da Assembleia Municipal de Santarém realizada em Junho deste ano, um munícipe alertou que a Calçada da Junqueira está transformada numa autêntica “bomba-relógio” que não se sabe quando vai explodir. Morador nas Ómnias, Raul Caldeira deu voz a outros utilizadores e residentes na zona e vincou “o perigo que está ali instalado”, apelando aos autarcas para que encontrassem rapidamente uma solução alternativa. “Ninguém se pode eximir de responsabilidades. Ficamos à espera que se encontre uma solução, esta situação não pode ser adiada. É uma bomba-relógio que não sabemos quando vai rebentar, mas ela está lá!”, alertou.

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