Sociedade | 16-10-2024 12:00

Médica em Assentiz desaparece do mapa e volta a deixar utentes sem consultas

Médica em Assentiz desaparece do mapa e volta a deixar utentes sem consultas
Fixar os médicos em Assentiz, Torres Novas, tem sido uma verdadeira dor de cabeça

Presidente da junta afirmou em assembleia municipal que a médica que dava consultas em Assentiz há semanas que não aparece, à semelhança do que já tinha acontecido com outros clínicos no passado. Presidente da câmara solidarizou-se com o problema, mas diz não ter forma de resolver o assunto no imediato.

O problema da falta de médico de família na freguesia de Assentiz, no concelho de Torres Novas, é uma novela que parece não ter fim à vista e conheceu novos contornos nas últimas semanas. Tudo porque a médica que estava de serviço na extensão de saúde local deixou de aparecer. O assunto foi denunciado na última assembleia municipal, que se realizou a 30 de Setembro, pelo presidente da junta Leonel Santos.
“Na assembleia municipal de dia 11 de Junho o presidente da câmara disse que só não tinha médico de família quem não quisesse, que era só vir a Torres Novas inscrever-se. Hoje, duas senhoras de Assentiz dirigiram-se ao centro de saúde de Torres Novas e estiveram lá das sete da manhã ao meio-dia. Uma funcionária mandou-as embora dizendo-lhes que em Assentiz têm médica. Mas não, senhor presidente. A médica de Assentiz há duas semanas que não vem. E para piorar a situação, hoje de manhã foi colocado um aviso a dizer que não há médico por tempo indeterminado”, lamentou o autarca, acrescentando: “já reclamei vezes suficientes sobre este assunto. Peço-lhe, como diz o outro, que acelerem a obra da nova unidade de saúde para as pessoas poderem vir todas para cá. Depois até pode ser que tenham transporte de borla para Torres Novas sem terem que estar a pagar táxi e ou autocarro”, disse, em tom irónico.
Os problemas de acesso a cuidados de saúde na freguesia, que conta com cerca de 2.500 habitantes, têm vindo a persistir desde 2022. A extensão de saúde local não consegue fixar os médicos e são mais os dias do ano em que não tem clínicos ao serviço do que os que tem. Recorde-se que alguns dos médicos que abandonaram o posto queixaram-se de terem sido tratados de forma hostil por alguns utentes e de lhes terem faltado ao pagamento de horas de serviço. Em Setembro de 2023, mais de uma centena de utentes da freguesia juntou-se numa vigília para demonstrar a necessidade da colocação urgente de um médico na extensão de saúde local. A iniciativa, organizada pela Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT), teve como objectivo alertar e pressionar as entidades responsáveis para destacar um médico para a Extensão de Saúde de Assentis prestando um serviço de qualidade e proximidade a uma população maioritariamente idosa, assim como combater a desertificação das aldeias.

Um mar muito agitado
O presidente do município, Pedro Ferreira, reconhece que a delegação de competências na área da saúde trouxe alguns constrangimentos. “Navegamos num mar muito agitado. Somos (juntas e câmara) a infantaria de qualquer Governo (…) Podemos fazer pressão, mas não apontem o dedo à câmara, por não tem responsabilidade absolutamente nenhuma na questão dos médicos”, disse, sublinhando que tem sido feito um esforço conjunto para cativar médicos a trabalharem no concelho.

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