Sociedade | 16-10-2024 15:00

Trabalhar para ajudar a pagar os estudos prepara melhor os jovens para o futuro

Trabalhar para ajudar a pagar os estudos prepara melhor os jovens para o futuro
Samuel Ferreira, Telma Pereira e Beatriz Eusébio são estudantes do ensino superior em Abrantes

Samuel Ferreira, Telma Pereira e Beatriz Eusébio são três alunos da Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) que aprenderam a conciliar os estudos com o trabalho. São estudantes deslocados que trabalham na área de restauração, mas em diferentes estabelecimentos.

A Escola Superior de Tecnologia de Abrantes (ESTA) não foi a primeira opção para Samuel Ferreira, Telma Pereira e Beatriz Eusébio, mas não podiam estar mais satisfeitos com a experiência. Em conversa com O MIRANTE, os estudantes, que também trabalham para pagar as contas, descrevem Abrantes como uma cidade calma, única, sossegada, desafiadora, familiar e “uma terra bastante quente”.
Samuel Ferreira tem 26 anos, vive em Santa Eufémia, no distrito de Leiria, e entrou na ESTA em 2020. Pretende seguir uma carreira na rádio. Trabalha numa cadeia de restauração em Abrantes desde 2023 e diz que conciliar os estudos com o trabalho tem sido uma experiência desafiante. Conta que fez um acordo com os pais que, caso ficasse um ano a mais a estudar, começava a pagar as próprias despesas. “Não fazia sentido os meus pais gastarem mais dinheiro comigo em algo que foi falha minha”, confessa. A experiência tem ajudado a ser mais organizado e a ganhar competências sociais que não teria se estivesse apenas a estudar, partilha.
Telma Pereira, de 23 anos, estudou audiovisual na Escola Artística António Arroio e especializou-se em fotografia no ensino artístico antes de entrar para a ESTA para se preparar para a profissão de fotojornalista. Actualmente também está a trabalhar numa cadeia de restauração em Abrantes e confessa que não tem sido fácil gerir o tempo. Para Telma Pereira, estudar na ESTA tem sido uma experiência positiva, pelo ambiente familiar. “Como são poucos alunos acabamos por nos ajudar uns aos outros e acolher melhor os novos estudantes. Sente-se que os professores se preocupam com o bem-estar dos alunos”, refere.
Beatriz Eusébio tem 19 anos e chegou a Abrantes proveniente de Vila Franca do Rosário, uma aldeia do concelho de Mafra. Está no ramo de comunicação empresarial e até agora não se arrepende das suas escolhas. Trabalha numa quinta de eventos/hotel que fica no Gradil, uma aldeia perto de Vila Franca do Rosário, onde faz limpezas de quartos e serve em eventos. “Faço uma boa gestão do tempo, porque tenho noção das minhas prioridades. A escola é o mais importante, mas quando tenho tempo é sempre bom ganhar algum extra”, explica. O trabalho, para além de financiar os seus estudos, tem sido uma boa ferramenta para pôr em prática algumas estratégias que prevê utilizar quando entrar definitivamente para o mercado laboral.

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