Número de utilizadores do transporte flexível na Lezíria do Tejo abaixo das expectativas
Em seis concelhos da Lezíria do Tejo, num total de 27 circuitos disponibilizados, foram realizados 353 serviços que asseguraram transporte, por táxi, a 489 passageiros. Transporte a pedido iniciou-se em Julho do ano passado.
O serviço de transporte flexível implementado pela Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo (CIMLT), denominado USO, regista um número de utilizadores aquém do esperado, de acordo com António Torres, primeiro secretário da CIMLT. Apesar dos esforços para divulgar o serviço, o número de passageiros transportados até Setembro de 2024 não ultrapassou os quinhentos.
“Até dia 2 de Setembro, na região, efectuámos 353 serviços, transportando 489 passageiros. Este número é relativamente baixo, mesmo com as várias acções de comunicação que fizemos, como a distribuição de flyers”, afirma António Torres, sublinhando a necessidade de uma promoção mais eficaz. “Penso que teremos de fazer uma comunicação mais próxima, talvez a nível das freguesias e das casas do povo, para que as pessoas conheçam melhor o serviço e comecem a utilizá-lo”, acrescenta. A receita gerada pelos utilizadores foi de 970,05€, enquanto o custo dos serviços, a cargo da CIMLT, ascendeu a 5.870,34€.
O transporte flexível, que funciona em seis dos 11 municípios da Lezíria do Tejo, foi introduzido, de forma faseada, desde Julho de 2023, pensado como um complemento ao transporte público urbano, sendo especialmente procurado por pessoas com mais de 60 anos. Com a adesão a ser inferior às expectativas da CIMLT, a comunidade intermunicipal pretende “consolidar os circuitos que existem e fazer chegar mais informação à população para que possam usufruir deste serviço”.
O serviço, disponibilizado nos concelhos de Alpiarça, Almeirim, Benavente, Chamusca, Salvaterra de Magos e Santarém, é realizado por táxis e a diferença no custo é suportada pela CIMLT, garantindo que o preço acessível não é um entrave. “O tarifário só custa 70% da tarifa do transporte público urbano”, refere António Torres, exemplificando que “se uma viagem de carreira custa 1€ numa determinada deslocação, o serviço flexível custa 0,70€. É um desconto de 30%, suportada pela CIMLT, uma vez que os táxis recebem de acordo com as tarifas habituais”.
No concelho de Benavente, onde o serviço começou a 15 de Fevereiro deste ano, foram desenhados cinco circuitos que abrangem áreas como Bilrete, Foros de Almada, Foros da Charneca, Pancas, Arados, Samora Correia e Benavente. Durante o período entre 15 de Fevereiro e 2 de Setembro, foram transportados 49 passageiros em 40 serviços, sendo que grande parte destas deslocações foi realizada por apenas um passageiro por viagem.
Os dados disponibilizados pela CIMLT, a que O MIRANTE teve acesso, indicam que os circuitos Arados/Samora Correia e Foros de Almada/Benavente registaram o maior número de utilizadores, enquanto os circuitos Bilrete/Benavente e Pancas/Samora Correia não registaram qualquer pedido. Junho foi o mês com maior número de serviços e passageiros, gerando uma receita de 87,10€, enquanto o custo total dos serviços foi de 444,24€. No município de Benavente está a ser ponderado alargar o transporte flexível às localidades de Santo Estêvão e Vila Nova de Santo Estêvão.
Como recorrer ao USO
O USO - Transportes a Pedido na Lezíria do Tejo funciona de forma simplificada para o utilizador. Basta ligar gratuitamente para a CIMLT até às 12h30 do dia anterior para reservar a viagem no dia seguinte. Até às 17h30 o passageiro recebe a confirmação por SMS. A distribuição dos serviços é feita pela praça de táxis mais próxima, numa lógica de flexibilidade de horários de modo a não concorrer directamente com as operadoras de transporte público. A ideia é servir a população em dias ou locais em que o transporte regular em autocarros não é possível ou viável.