Sociedade | 21-10-2024 21:00

Mudança de nome do Largo Lobato Correia em Valhascos fica sem efeito

Presidente da Câmara de Sardoal esteve reunido com o presidente da Junta de Freguesia de Valhascos e com os primeiros subscritores dos abaixo-assinados a favor e contra a mudança de nome do Largo Lobato Correia, em Valhascos. No final não houve acordo.

A polémica sobre o nome do Largo Lobato Correia, em Valhascos, arrasta-se há vários meses e sem solução à vista, pelo que deve ficar tudo como está. Após sugestão da Assembleia Municipal de Sardoal para ser realizado um referendo sobre a mudança ou não do nome do largo, o presidente da câmara, Miguel Borges, esteve reunido com o presidente da Junta de Freguesia de Valhascos, Duarte Batista, e com os primeiros subscritores de ambos os abaixo-assinados, José Cabau e Maria Eugénia Pinheiro, não tendo sido possível chegar a nenhuma solução.
José Cabau, signatário do abaixo-assinado que defende a manutenção do nome do Largo Lobato Correia, afirma não ter nada contra a realização do referendo mas defende que deve partir de quem não concorda com o nome do largo. Maria Eugénia Pinheiro não demonstrou interesse na realização do referendo, levando o presidente Miguel Borges a considerar o assunto encerrado.
Na última reunião camarária, Miguel Borges admitiu, em jeito de desabafo, estar cansado da situação que, na sua opinião, ultrapassou todos os limites. “Estou cansado de ser adjectivado, sobre esta matéria, por alguém a quem não reconheço o mínimo direito de o fazer. Democracia é respeitar opiniões contrárias”, lamentou o autarca, referindo-se às críticas de Maria Eugénia Pinheiro, que acusou o executivo de tomar uma decisão precipitada e de parcialidade, num processo com “meandros obscuros”.
A munícipe defende que o actual nome do largo é uma homenagem a um antigo membro da Polícia Internacional e de Defesa do Estado (PIDE). “É um nome que glorifica o mal e nunca os fregueses foram consultados sobre tal decisão, havendo ainda pessoas vivas que estiveram presentes das atrocidades do senhor Lobato Correia que foi nomeado pelo regime fascista e toda a vida serviu e comportou-se como tal”, afirmou Maria Eugénia Pinheiro na última assembleia municipal.
Opinião diferente tem o munícipe José Cabau, que na última reunião de câmara mostrou-se solidário com Miguel Borges, em virtude das críticas e acusações de que foi alvo, admitindo também ele estar cansado de uma situação que, afirma, não ter partido dele, mas de vários outros habitantes de Valhascos. “A nossa história local é feita de algumas pessoas, entre elas duas com relevo na sociedade de Valhascos, sendo Lobato Correia uma delas, como o primeiro presidente da Junta de Freguesia de Valhascos. Seria de bom tom manter a importância e valor de pessoas que, de alguma forma, deram relevo à nossa freguesia”, defendeu.

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