Sociedade | 23-10-2024 12:00

Testemunhos de quem acolhe crianças em casa dando à vida um novo significado

Testemunhos de quem acolhe crianças em casa dando à vida um novo significado
Jornadas da Saúde, do Social e da Educação de Salvaterra de Magos destacaram a importância de acolher crianças e jovens

Jornadas da Saúde, do Social e da Educação de Salvaterra de Magos destacaram a importância do Acolhimento Familiar para crianças e jovens com relatos de famílias de acolhimento que inspiraram uma reflexão sobre o papel dessa resposta social.

A Comissão de Protecção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Salvaterra de Magos apresentou números que apontam para 6347 crianças e jovens em acolhimento no país, sendo apenas 227 em acolhimento familiar. Foram estes os dados apresentados no evento “Acolhimento Familiar/Residencial de Crianças e Jovens”. A sessão decorreu no Auditório “Escola O Século no âmbito das Jornadas da Saúde, do Social e da Educação. Promovida pela CPCJ do município e pelo Centro de Bem Estar Social da Zona Alta (CBESZA), a iniciativa ofereceu uma sessão formativa e de esclarecimento sobre “Acolhimento Familiar”, uma nova resposta social para crianças e jovens.

Gratificante é a palavra que a presidente da CPCJ de Salvaterra de Magos, Fátima Pedro, escolheu para descrever a sua história enquanto família de acolhimento monoparental. Sozinha, acolheu uma criança durante três meses, e acredita que aprendeu muito ao dar um lar temporário a alguém que precisava. Apesar do pouco tempo de acolhimento, Fátima Pedro diz que “foi tempo de qualidade” e garante que o sorriso no rosto da criança foi a melhor sensação que podia ter sentido e recebido. A presidente da comissão diz nunca ter tido um número tão grande de pessoas a visitá-la em casa e a oferecer ajuda como naquele período. “Recebi imensas roupas, alimentos, brinquedos e muitas pessoas cheias de curiosidade em saber mais sobre o assunto e como seria futuramente”, expôs.

O mesmo sentem Ricardo Oliveira e Sónia Dionísio, um casal residente na vila de Marinhais, juntos há mais de uma década. Sete anos após o nascimento do filho André, e depois de muitas aventuras a três, tomaram a decisão de ser família de acolhimento porque tinham a vontade de “dar casa a uma criança que tinha a necessidade de ser protegida e cuidada”. João (nome fictício) está na casa de acolhimento há um ano e quatro meses e deles só recebe muito amor, comida e colo, explicam. Emocionados e com um misto de alegria e tristeza, Sónia e Ricardo contam que João vai voltar para a família biológica e que receberam o convite para serem os seus padrinhos. Sobre o filho André, o casal diz ter sido sempre um grande apoio e que também aprendeu com a experiência.

Apesar da lei ter sido regulamentada em 2019, ainda há poucas famílias de acolhimento no país. Por agora, são pouco mais de 200 as famílias, e com estes dados, Portugal ocupa assim o último lugar a nível europeu.


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