Morador de Samora Correia continua a reclamar de sucateira junto à sua residência

Situação ocorre há anos na zona da Murteira e não há fim à vista para João Cuco, que reside a quatro metros de uma sucateira. Presidente da Câmara de Benavente tenta reunião que junte munícipe e CCDR.
João Cuco, residente na Rua Arneiro das Pedras, em Samora Correia, voltou a expressar a sua indignação durante a última reunião pública da Câmara de Benavente, devido à presença de uma sucateira nas imediações da sua casa. Segundo o munícipe, a situação persiste há vários anos, apesar das queixas repetidas às autoridades e do desconforto causado pela actividade da empresa.
O morador lembrou que, há cerca de seis anos, tinha abordado o presidente da câmara, Carlos Coutinho, sobre o caso, ao que lhe foi dito que a sucateira não teria futuro devido à sua dimensão e à falta de licença. Contudo, a empresa continuou a operar e João Cuco queixou-se do perigo que corre diariamente com a operação de máquinas pesadas junto ao seu muro. O cidadão já fez várias queixas junto da GNR e apelou à câmara para uma intervenção eficaz. “Gostava de ter uma explicação. Aquilo vai continuar? Gostava de saber”, concluiu.
Presidente da câmara explica entraves legais
Em resposta, o presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho, confirmou que o caso remonta há vários anos e que a actividade da sucateira esteve para ser alvo de uma regularização através do Regime Extraordinário da Regularização de Actividades Económicas (RERAE). No entanto, explicou que, devido ao aumento da actividade e ao impacto negativo para os vizinhos, o processo de regularização foi suspenso.
“Nunca avançámos com o RERAE porque a actividade que se desenvolveu posteriormente não era compatível com a zona e estava a incomodar os moradores. Fizemos tudo o que podíamos e culminou com uma acção em tribunal colocada pela MNS, impedindo que a retirada pudesse acontecer”, referiu o autarca. Carlos Coutinho sublinhou ainda que, apesar dos seus esforços para resolver o problema, a decisão final não está nas mãos da autarquia.
Reunir com a CCDR é o caminho a seguir
O vereador Hélio Justino explicou que o licenciamento da actividade da sucateira compete à Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional (CCDR) de Lisboa e Vale do Tejo. “A CCDR chegou a selar o espaço, mas o proprietário alegou que a entrada selada era a da sua habitação, o que fez com que o processo ficasse sem efeito naquele dia”, esclareceu. Hélio Justino afirmou que a câmara tem insistido junto da CCDR para que seja feita uma vistoria conjunta. No entanto, a CCDR não respondeu ao primeiro contacto do presidente da Câmara para colocar, na mesma mesa, João Cuco e a CCDR para se encontrar uma solução.