Sociedade | 27-10-2024 12:00

ProTejo lamenta perda de oportunidade única para caudais ecológicos

Governos de Portugal e Espanha acordaram na Cimeira Luso-Espanhola um caudal diário no rio Tejo. Movimento ambientalista responsabiliza ministra por perda de oportunidade única.

O movimento ProTejo criticou o acordo assinado entre os governos de Portugal e Espanha para caudais diários no rio Tejo, considerando que se desperdiçou uma oportunidade única para a implementação de caudais ecológicos no maior rio ibérico. “Este acordo não satisfaz o rio Tejo porque o que satisfaria as populações ribeirinhas, quer para o seu usufruto, quer para as atividades económicas, da agricultura e da indústria, quer para os próprios ecossistemas ribeirinhos e biodiversidade, era ter um regime de caudais ecológicos e partilha de água com Espanha para usos económicos”, disse à Lusa Paulo Constantino, porta-voz do movimento sediado em Vila Nova da Barquinha.
Os governos de Portugal e Espanha acordaram um caudal diário no rio Tejo, tendo formalizado também o compromisso de um caudal mensal mínimo para o rio Guadiana. O entendimento entre os dois países para os caudais no Tejo e do Guadiana foi assinado na 35.ª Cimeira Luso-Espanhola, que decorreu em Faro. O acordo "relativo aos princípios orientadores para o estabelecimento de um caudal diário no rio Tejo, a partir da barragem [espanhola] de Cedilho" tem como objectivo "manter os caudais circulantes". “Os caudais mínimos diários […] não resolvem o problema de enorme volatilidade dos caudais do rio Tejo com origem em Espanha, não permitem a conservação dos ecossistemas em todo o curso do rio Tejo, nem garantem a penalização da Iberdrola pela ocorrência de caudais nulos no rio Tejo. É uma desilusão, porque é a perda desta oportunidade única”, afirmou Paulo Constantino.
Em comunicado, o Movimento proTEJO responsabiliza a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, “pelo desperdício de uma oportunidade única de impor à Iberdrola o cumprimento de um regime de caudais ecológicos” no rio Tejo, “em contrapartida da autorização, a esta mesma empresa, da construção de dois projectos hidroelétricos de bombagem reversível” nas barragens de Alcântara e Valdecañas.

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