Pais de alunos de escola de Benavente pedem à GNR reforço de segurança

Depois de ter sido do conhecimento público o sentimento de insegurança vivido por alunos da Escola Básica 2,3 Duarte Lopes, em Benavente, pais continuam a relatar episódios de indivíduos a importunar alunos no exterior da escola. Câmara garante que GNR está em campo.
A segurança das crianças que frequentam a Escola Básica 2,3 Duarte Lopes, em Benavente, continua a gerar preocupações entre os pais dos alunos, que denunciam assédio por parte de indivíduos da comunidade imigrante e apontam falhas no apoio das autoridades.
Inês Santos, mãe de um aluno do 5.º ano, relatou a O MIRANTE ter testemunhado a presença de “mais de dez indivíduos” perto do pavilhão gimnodesportivo da escola, expressando receio pela segurança das crianças. “Ainda na semana passada vi vários indivíduos ali à volta. Sei que a obra de um pavilhão nas traseiras da escola não é viável no curto prazo, mas é preciso tomar precauções. A GNR tem um carro destinado à escola, mas não o vemos nas ruas”, sublinhou.
Romelia Santos, mãe de um aluno do 6.º ano, confirmou o sentimento de insegurança. “Já saímos do trabalho para ir ver estes locais, e os miúdos contam que estas pessoas tentam aproximar-se, oferecendo comida por exemplo. É uma situação que assusta, principalmente as meninas”, lamentou. Alecsandra Braga, mãe de uma das alunas do agrupamento escolar, pediu aos responsáveis que equacionem a hipótese dos professores de Educação Física poderem acompanhar os estudantes nos trajectos entre a escola e o pavilhão.
No início do mês a vereadora Sónia Ferreira, que é mãe de uma criança deste estabelecimento de ensino, foi a porta-voz das preocupações dos pais, revelando a situação na reunião do executivo. Recorde-se que a Escola EB 2,3 Duarte Lopes, em Benavente, não tem pavilhão coberto para a prática da disciplina, o que obriga os estudantes a percorrer 350 metros a pé até ao pavilhão gimnodesportivo da Casa do Povo ou 750 metros no caso das Piscinas Municipais.
A autarca voltou a partilhar a experiência mais recente vivenciada pela sua filha e mais duas amigas, que foram “seguidas” por um carro. “Assustaram-se, tentaram ir por outra rua e depois o carro, um bocadinho mais à frente, acelerou para as assustar e, portanto, foi nessa sequência que me dirigi à GNR”. A vereadora afirmou ter procurado apoio da GNR, mas foi informada de que, sem uma identificação concreta, “a queixa, a ser feita contra desconhecidos, iria ser arquivada”. “Pergunto-me o que posso fazer enquanto mãe, quando a resposta é esta?”, questionou.
PSD propõe videovigilância
O vereador do PSD Luís Feitor sublinhou a necessidade de acções mais eficazes para proteger os mais vulneráveis. “Temos de ponderar implementar sistemas de videovigilância nestes locais e considerar programas que envolvam a comunidade, como a contratação de assistentes operacionais nas escolas ou criar um programa, como acontece noutros países, em que há o envolvimento de voluntários seniores para prestar apoio às crianças e jovens nestes trajectos”, propôs na mais recente reunião da autarquia.
O presidente da Câmara de Benavente, Carlos Coutinho (CDU), apelou a uma abordagem equilibrada. “Não gosto de ver a nossa comunidade inquieta, mas temos de evitar alarmismos. A GNR já impôs um plano de intervenção que está em curso e que acompanha a situação de forma discreta. As diligências vão permitir compreender o que se passa e, se necessário, tomar medidas concretas”, assegurou.