Renova assume responsabilidade por descarga poluente no rio Almonda
Empresa que tem uma fábrica de papel instalada na Zibreira diz a O MIRANTE que a descarga para o rio Almonda se tratou de um acidente e que foram tomadas medidas para que não se repita.
A empresa Renova, que tem as suas fábricas de papel instaladas na Zibreira, concelho de Torres Novas, confirma a O MIRANTE que foi responsável por uma descarga para o rio Almonda e que, na sequência da mesma, avisaram “de imediato” as autoridades competentes, nomeadamente a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), Câmara de Torres Novas e Guarda Nacional Republicana.
“Confirmamos que tivemos um pequeno acidente” e que “limpámos o rio no momento em que foi detectada a situação”, refere, questionado pelo nosso jornal, o director de marketing da Fábrica de Papel do Almonda, Luís Saramago. O responsável refere ainda que foram tomadas medidas internas “no sentido de prevenir e evitar a repetição deste tipo de incidentes”, embora não tenha explicado quais foram.
Município diz que está a acompanhar a situação
A descarga para o rio foi também assunto abordado na última reunião pública da Câmara de Torres Novas com o vereador eleito pelo movimento P’la Nossa Terra, António Rodrigues, a referir que “houve mais descargas no Almonda, desta vez da Renova, à boca da saída dos efluentes da fábrica dois”, e a perguntar ao presidente do município o que se pode fazer para que o episódio não se repita.
Em resposta, o vereador do Ambiente, João Trindade (PS), referiu que a autarquia acompanhou a situação que foi de imediato reportada à APA. “Estamos a acompanhar a situação. Andamos a lutar para que situações [de poluição] não ocorram”, disse.
Já na última sessão da assembleia municipal, recorde-se, o tema da poluição do rio Almonda pela Renova foi a debate pela voz do eleito do Bloco de Esquerda, Rui Alves Vieira, que atribuiu à empresa a responsabilidade por dois episódios de poluição. Nessa mesma sessão o presidente da câmara, Pedro Ferreira (PS), disse que “a Renova é uma fábrica directamente ligada ao rio e que tem ETAR a funcionar”, salientando que é da responsabilidade da APA decidir o que fazer perante a eventualidade de terem existido episódios de poluição.