Sociedade | 03-11-2024 15:00

Centros de saúde no concelho de Vila Franca de Xira precisam de obras de 3 milhões

Centros de saúde no concelho de Vila Franca de Xira precisam de obras de 3 milhões
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Fernando Paulo Ferreira diz que requalificação dos centros de saúde no concelho de VFX só pode avançar com transferências financeiras do Governo

Edifícios de saúde espalhados pelo concelho estão a precisar de obras urgentes de conservação que vão custar muitos milhões e em alguns casos, como Arcena, pode até estar comprometida a segurança dos utentes. Centro de Saúde de Vila Franca de Xira é o que tem obras mais dispendiosas pela frente.

Os oito edifícios onde funcionam os centros de saúde do concelho de Vila Franca de Xira estão a precisar de obras de conservação e reabilitação num valor estimado nunca inferior a 3 milhões de euros, revela um levantamento encomendado pela câmara municipal e apresentado aos vereadores da coligação Nova Geração (PSD/PPM/MPT) na última semana.
De todos os edifícios, o que está em pior estado de conservação e a precisar das obras mais dispendiosas é o centro de saúde da sede de concelho, com trabalhos estimados na ordem de um milhão de euros, para reparar problemas como infiltrações dos ares condicionados e fissuras nas paredes. Seguem-se depois, por ordem decrescente, os centros de saúde de Castanheira do Ribatejo (637.146€), Póvoa de Santa Iria (503.405€), Arcena (375.320€), Forte da Casa (209.927€), Alhandra (171.544€), Alverca (152.590€) e Vialonga (88.619€).
Do relatório consta que a maior parte dos edifícios está a sofrer de infiltrações, fissuras nas paredes exteriores e interiores, portas e janelas que vedam mal, necessidade de substituição de luminárias e, como no caso do Centro de Saúde de Vialonga, há até registo de problemas com a rede de saneamento, com entupimentos frequentes das canalizações. Em alguns casos, como no Centro de Saúde de Arcena, o relatório identificou fachadas em mau estado geral, “com revestimento cerâmico a cair ou que já caiu pondo em risco pessoas e bens”.
Outros problemas por resolver na globalidade das unidades de saúde são, por exemplo, irregularidades nos revestimentos do edificado, coberturas e caleiras por limpar e entupidas, manchas de bolor em várias divisões fruto de infiltrações das coberturas e rodapés e portas em mau estado.

Autarca escreve a ministra
Na última reunião do executivo, o vereador da Nova Geração, David Pato Ferreira, mostrou-se alarmado com a extensão dos danos e quis saber que medidas pensa o município tomar para conseguir financiamento para os trabalhos. O presidente da câmara, Fernando Paulo Ferreira (PS), explica que estas obras não estão incluídas no pacote financeiro dado pelo Governo no âmbito da descentralização das competências da saúde para os municípios mas que, após ler as conclusões do relatório, escreveu directamente à ministra da Saúde, Área Metropolitana de Lisboa e Associação Nacional de Municípios Portugueses dando conta da necessidade do Governo transferir verbas para a autarquia que permitam realizar estas obras que classificou de urgentes. “O caminho é o de juntamente com o Governo fazer contratos-programa específicos para a reabilitação destes imóveis”, vincou o autarca.
O município, recorde-se, está a preparar o projecto para o novo Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria, mas está a fazer tudo à conta do seu próprio orçamento, lembrou o autarca, notando que só para arrancar o processo são necessários 1 milhão e 700 mil euros. “E daí o Plano de Recuperação e Resiliência só cobre menos de metade do valor da obra, o que nos vai obrigar a consumir uma parte importante do nosso orçamento. Se a experiência para as obras nos centros de saúde for como o projecto para o Centro de Saúde da Póvoa de Santa Iria, hão de querer exigir à câmara uma fatia considerável do investimento”, lamentou Fernando Paulo Ferreira.

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