Obras para resolver problemas ambientais na ETAR de Arruda dos Vinhos prontas em 2025
Estação de Tratamento de Águas Residuais de Arruda dos Vinhos constituía um problema ambiental do concelho e não estava a conseguir dar resposta às necessidades, poluindo o Rio Grande da Pipa. Obras de 4 milhões estão em curso e Águas do Tejo Atlântico vai candidatar os trabalhos a apoios europeus.
A obra de remodelação e ampliação da Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR), também chamada de Fábrica da Água de Arruda dos Vinhos, que era o principal passivo ambiental do concelho, está em curso e deverá ficar concluída no início de 2025.
A empreitada, anunciada em Março de 2023, começou no início deste ano e tem um custo estimado de 4 milhões e 823 mil euros. A infraestrutura, que vai ser a maior do concelho no que toca ao tratamento de águas residuais, vai ser candidatada a financiamento comunitário através do programa Centro 2030, inserido no plano de apoio para investimentos no ciclo urbano da água. O arranque da obra, no entanto, não ficou livre de problemas, com os dois concursos iniciais a terem ficado desertos obrigando o valor da empreitada a triplicar.
Sob a gestão da Águas do Tejo Atlântico, a intervenção promete acabar com um grave problema ambiental que se estava a sentir em Arruda dos Vinhos, com a falta de capacidade da antiga ETAR em dar resposta ao elevado fluxo de resíduos que estavam a entrar no equipamento, acabando os mesmos por seguir sem tratamento para o Rio Grande da Pipa, um afluente do Tejo. A obra em curso visa melhorar as etapas de pré-tratamento, tratamento biológico e tratamento de lamas na ETAR, equipando o espaço com as novas tecnologias de integração de informação para a gestão, com capacidade para servir 20 mil habitantes e tratar um caudal de 3.100 metros cúbicos por dia.
Já em 2019 O MIRANTE dava nota das queixas de vários moradores da Vala do Carregado, no vizinho concelho de Vila Franca de Xira, que denunciavam com frequência manchas brancas e águas escuras no Rio Grande da Pipa, somando-se a isso maus cheiros intensos que geravam desconforto na comunidade. Na altura, a Águas do Tejo Atlântico reconhecia que de forma ocasional o efluente que chegava à antiga ETAR continha cargas industriais de origem desconhecida, o que levava à degradação da qualidade das descargas, situações que foram sendo relatadas ao Ministério do Ambiente e ao Serviço de Protecção da Natureza e Ambiente da GNR, sem que tenham sido encontrados os autores das descargas.
A ETAR de Arruda dos Vinhos foi projectada inicialmente em 2004 para dar resposta às águas residuais de apenas oito mil habitantes. Em 2014 passou a receber também efluentes da Zona Industrial das Corredouras, que antes eram descarregados directamente para a linha de água, sem ter recebido obras que permitissem acolher esse novo fluxo de efluentes.