Escola Profissional do Vale do Tejo quer renda mais baixa para continuar no centro de Santarém
A Escola Profissional do Vale do Tejo, localizada no centro histórico de Santarém, pretende a redução da renda que paga mensalmente ao Lar de Santo António.
A escola não tem o financiamento actualizado pelo Ministério da Educação desde os tempos da troika, a que se juntou o aumento gradual dos custos com energia e outros produtos e serviços.
A Escola Profissional do Vale do Tejo (EPVT), sediada em Santarém, quer reduzir os custos e está a tentar negociar uma diminuição da renda mensal que paga pelas instalações que ocupa no Largo Pedro Álvares Cabral, propriedade do Lar de Santo António da Cidade de Santarém. O assunto foi levado para conhecimento à última assembleia-geral do Lar de Santo António, realizada a 23 de Outubro, mas não houve qualquer deliberação sobre o assunto.
Contactada por O MIRANTE, a directora da EPVT, Salomé Rafael, confirmou que a escola pretende reduzir a mensalidade a pagar pelas instalações, referindo que ao longo das mais de duas décadas que ocupa aquele espaço já pagou quase 2 milhões de euros de rendas. Além disso, tem havido também despesas com melhorias no imóvel, que é antigo e necessita de reparações com alguma regularidade. Para ilustrar as dificuldades crescentes em garantir uma gestão financeira equilibrada da escola, a responsável refere que as verbas transferidas do Ministério da Educação para a escola não são actualizadas há cerca de uma década, enquanto os custos, designadamente com energia e matérias-primas, aumentaram substancialmente.
“Tendo em conta que estamos ali há muitos anos, e que não é possível continuar a pagar uma renda tão alta, que apelamos à compreensão da direcção do Lar de Santo António para reduzir a mensalidade, dentro das boas relações que as duas instituições sempre tiveram”, diz Salomé Rafael ao nosso jornal, salientando que é imperioso reduzir esses custos, sob pena de terem de pensar noutras alternativas para funcionamento da escola, criada em 2001. Ao que apurámos, o valor da renda mensal rondará os 6 mil euros.
A presidente da direcção do Lar de Santo António da Cidade de Santarém, Maria Emília Rufino, não se compromete para já com qualquer decisão, que aliás terá sempre de ser tomada em assembleia-geral, referindo que o tema na última assembleia foi apenas para conhecimento. A dirigente diz compreender, enquanto cidadã, os argumentos da Escola Profissional do Vale do Tejo, sublinhando no entanto que aos dirigentes das instituições cabe defender os interesses das mesmas. O assunto irá ser analisado em reunião da direcção.
Maria Emília Rufino salienta o bom relacionamento entre as duas instituições, referindo que chegou a haver uma proposta de aquisição das instalações por parte da EPVT que deixou de existir. Reconhece também o bom trabalho da escola e a importância da sua existência no centro histórico de Santarém pela vida e dinamismo que dá a essa zona da cidade.