Sociedade | 08-11-2024 07:00

Moradores de Mato da Cruz questionam deposição de lixos em aterro da Valorsul

Quem vive nas imediações do aterro de Mato da Cruz, em Alverca, diz que há lixo que aparenta estar a ser colocado fora das células correctas nos últimos dias. Empresa diz que está a realizar trabalhos de modelação no local.

O aterro sanitário de Mato da Cruz, explorado pela empresa Valorsul, continua a gerar queixas na comunidade que reside nas proximidades daquele equipamento, em Alverca, e na última semana vários moradores fizeram chegar a O MIRANTE imagens do que aparenta serem descargas de lixo realizadas fora das células previstas para o efeito. Nas imagens pode ver-se também o que aparenta ser um monte de lixo coberto apenas com uma lona.
Uma situação que, critica quem reside nas proximidades, está a gerar uma maior proliferação de maus cheiros e de insectos nas últimas semanas. Um dos moradores, Pedro Mota, diz ao nosso jornal que tem sido visto e sentido um movimento anormal de camiões no aterro sanitário. “É um caos completo, montes aqui, montes ali e zonas não cobertas. Como já não têm espaço nas células contratualizadas, agora vale tudo e depositam em qualquer sítio”, lamenta o morador, que já por diversas vezes pediu uma intervenção das entidades fiscalizadoras do ambiente.
Um outro residente, Mauro Pinto, acrescenta a O MIRANTE que todos os dias vê da janela “o que parecem ser montes de lixo a céu aberto” e pede à empresa e ao município de Vila Franca de Xira que possa avaliar o que está a acontecer no aterro.

As explicações da Valorsul
Contactada pelo nosso jornal, fonte oficial da Valorsul garante que o aterro de Mato da Cruz já não está a receber resíduos urbanos fora do funcionamento normal e habitual da instalação. “Adicionalmente, informamos que estão a decorrer alguns trabalhos de modelação das células do aterro, os quais requerem a utilização de viaturas pesadas para a reorganização do espaço e transporte de resíduos”, explica.
O aterro sanitário de Mato da Cruz tem uma licença ambiental emitida até 2026 e já existe um projecto de encerramento e de alteração paisagística do aterro, mas ainda está a ser discutido com os serviços técnicos da Câmara de Vila Franca de Xira e a aguardar aprovação da Agência Portuguesa do Ambiente. Além da população, também os autarcas têm exigido o rápido encerramento do aterro e a sua reconversão paisagística, como O MIRANTE tem noticiado.
Actualmente o aterro tem apenas duas células em exploração, com uma área de 13,8 hectares. Já encerradas estão células de resíduos urbanos com 8 hectares e duas células de cinzas inertizadas com 4,5 hectares, segundo informação disponibilizada pela Valorsul no seu site. O aterro, recorde-se, entrou em funcionamento em Julho de 1998 com uma capacidade total superior a 3 milhões e 200 mil metros quadrados, não incluindo a selagem final.

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