Degradação das antigas piscinas da Calhandriz envergonha autarcas
Há quase década e meia que se fala em possíveis utilizações para as antigas piscinas municipais da Calhandriz, que estão degradadas e fechadas ao público. Presidente da junta confessa-se envergonhado com a situação. O complexo inclui campos de jogos que também não podem ser usados e a comunidade pede soluções.
Foi uma promessa eleitoral nas últimas autárquicas em Vila Franca de Xira, mas passados três anos ainda não há um destino traçado para o antigo complexo das piscinas da Calhandriz, um espaço municipal que está ao abandono e sem actividade desde 2011.
As piscinas, situadas no parque da Urmeira, na União de Freguesias de Alhandra, São João dos Montes e Calhandriz, estão há muito sem actividade e encerradas ao público. E não apenas o edifício principal: também os campos de jogos do complexo estão fechados para desgosto de quem ali gostava de poder praticar desporto. “Até hoje têm feito zero naquele espaço. Se não têm soluções para o que fazer ali, pelo menos deixem alguém que as tenha apresentar”, lamentou o morador Amílcar Lopes, residente na Calhandriz, na última assembleia de freguesia realizada precisamente na Calhandriz.
O presidente da união de freguesias, Mário Cantiga, admitiu que o estado actual do complexo o envergonha e que infelizmente todas as soluções para o espaço estão nas mãos da Câmara de Vila Franca de Xira. “Tenho vergonha do que está ali a acontecer. Há seis meses que pedimos uma reunião com a câmara e já insisti com o gabinete do presidente. Queremos discutir aquele problema e ver o que podemos ali fazer. Mas não podemos fazer uma reunião com quem não a queira fazer”, lamentou o autarca, lembrando que todo o caso é “um romance” com muitos episódios e que a história já vai longa.
O município explica a O MIRANTE que tem vindo a acompanhar a utilização do polidesportivo existente, que diz ser diminuta, e que no relatório da última acção de fiscalização realizada no espaço foi considerado que as tabelas de basquetebol existentes não têm condições para a prática da modalidade. “Entendeu a câmara, como medida preventiva e de segurança, ao mesmo tempo que iniciou o procedimento de aquisição destes e de outros equipamentos desportivos, proceder à retirada das tabelas”, explica o município, que espera vir a colocá-los até ao final do ano.
Para 29 de Outubro, já depois da data de fecho desta edição, está agendada uma reunião entre o município e a junta de freguesia, “podendo esta estar disposta a assumir a gestão da infraestrutura” no futuro, revela a câmara municipal. Recorde-se que uma das últimas ideias para o espaço, em 2023, envolvia a possibilidade do espaço ganhar nova vida como centro operacional da Protecção Civil Municipal mas até hoje a câmara não confirma a ideia.
As piscinas, recorde-se, não tinham água quente e por isso só podiam ser utilizadas no Verão mas mesmo assim, como se encontra numa zona com pouca população, a procura foi sempre diminuta. Ao longo dos anos muitas foram as ideias para o espaço: transformá-lo numa escola ou até numa extensão das actividades da Sociedade Euterpe Alhandrense mas nenhuma dessas hipóteses avançou e o edifício continua encerrado e a degradar-se.
Piscinas à conta do aterro sanitário
As piscinas foram inauguradas em 2002 e custaram perto de 560 mil euros resultantes de contrapartidas devidas ao município pelos impactos causados pela instalação do vizinho aterro sanitário da Valorsul, em Mato da Cruz. Quando foram encerradas, em 2011, eram utilizadas semanalmente, em média, por 35 utentes de utilização livre e 70 de actividade enquadrada. Os utentes que ali praticavam natação foram encaminhados para as piscinas de Alverca.