Sociedade | 13-11-2024 07:00

É preciso eliminar barreiras e tornar as cidades mais inclusivas

É preciso eliminar barreiras e tornar as cidades mais inclusivas
Dia Nacional das Acessibilidades assinalado em Santarém com conferência no Teatro Sá da Bandeira

O Dia Nacional das Acessibilidades foi assinalado em Santarém. O presidente do município garantiu o empenho da autarquia no sentido de ser um concelho mais inclusivo e com menos barreiras para quem tem mobilidade limitada.

A Câmara de Santarém tem tido a preocupação em ter um território mais acessível, como atestam as obras de requalificação urbana realizadas este mandato no Largo da Alcáçova, no Largo Ramiro Nobre e na Praça Visconde Serra do Pilar, no centro histórico da cidade. O presidente do município, João Leite (PSD), reconhece que “há ainda um enorme caminho a percorrer, mas os projectos que estamos a desenvolver e que vão ser lançados em breve têm como base esta premissa de termos um território cada vez mais inclusivo”.
O autarca falava na abertura da conferência “Acessibilidades para todos: desenhando um futuro inclusivo”, realizada a 29 de Outubro, Dia Nacional das Acessibilidades, no Teatro Sá da Bandeira, numa organização da Câmara de Santarém, em colaboração com a Associação Salvador. “No âmbito das políticas públicas, quando pensamos o território, temos que dar um contributo prático para que este seja mais inclusivo. E isso está demonstrado nas intervenções que temos realizado”, referiu João Leite.
A conferência contou com a participação de Felismina Gomes, embaixadora da Associação Salvador, e de Luís Amaral, presidente da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão com Deficiência Mental (APPACDM) de Santarém, que falaram sobre as suas experiências, referindo que a acessibilidade e a exclusão social estão interligadas. Deve-se garantir que todos se podem deslocar e integrar na vida em sociedade sem enfrentar dificuldades ou discriminações e, neste sentido, como referiu Luís Amaral, “não estamos apenas a falar de barreiras físicas, mas também de princípios, mentalidade e cidadania”.
Paula Teles, presidente e Fundadora do Instituto de Cidades e Vilas com Mobilidade (ICVM) em Portugal e Coordenadora da Rede de Cidades e Vilas que Caminham, começou a sua intervenção dizendo que “quem não tem mobilidade não tem liberdade”, adiantando que é essencial preparar as cidades para que todos possam caminhar livremente. “Não estamos só a falar de pessoas com deficiência motora, mas também de idosos, pais com carrinhos de bebé e qualquer pessoa que possa ter dificuldades de locomoção”, sublinhou.
A falta de acessibilidade é notória nas nossas cidades. Seja nos transportes públicos, nos edifícios e espaços públicos, hotéis e até mesmo nos restaurantes. Para uma pessoa com mobilidade reduzida, são inúmeras as barreiras encontradas nos espaços urbanos. Alfredo Amante, vereador da Câmara de Santarém com o pelouro da mobilidade, referiu que todos têm a responsabilidade em promover um território mais inclusivo. “Este tem de ser um trabalho multidisciplinar, onde tem que haver um compromisso colectivo de governos, empresas, organizações da sociedade civil e cidadãos individuais”, vincou.

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