Sociedade | 15-11-2024 21:00

Moradores reclamam há duas décadas isolamento acústico da Rua O em Santarém

Moradores reclamam há duas décadas isolamento acústico da Rua O em Santarém
Município de Santarém vai contratar estudo e relatório de ruído e diz que a IP está disponível para avançar com investimento em barreiras acústicas

Os moradores da urbanização da Quinta do Mergulhão e do bairro de São Domingos, são os que mais sofrem com o ruído causado pelo tráfego intenso na circular urbana D. Luís, em Santarém. CDU volta a dar voz à população e exige medidas prometidas desde 2005 num troço da responsabilidade da empresa pública Infraestruturas de Portugal

Os moradores de bairros próximos da circular urbana D. Luís, em Santarém, continuam a reclamar barreiras acústicas que permitam mitigar o ruído causado pelo trânsito intenso. A CDU voltou a dar voz ao descontentamento, referindo em comunicado que, 19 anos depois, permanece o mesmo ruído que afecta os moradores da Urbanização da Quinta do Mergulhão e do Bairro de São Domingos. Por isso está a realizar uma acção de contacto e divulgação junto da população exigindo medidas.
A CDU contextualiza que a circular urbana, também conhecida como Rua O, é uma das principais vias de circulação da cidade, garantindo o acesso à autoestrada A1 e à ponte Salgueiro Maia, que dá acesso à A13. E recorda que desde 2005 que os moradores exigem a colocação do isolamento sonoro na Rua O, através da instalação de placas de protecção contra o ruído.
A coligação recorda que a então Direcção de Estradas do Distrito de Santarém, por ofício dirigido aos moradores em 29 de Setembro de 2005, assumiu a responsabilidade pela poluição sonora da Rua O, assumindo que “ultrapassa em alguns troços os limites admitidos na legislação vigente” e informou que o assunto seria “tratado no âmbito de um projeto a desenvolver”, que seria iniciado nesse mesmo ano, com a obra a ser lançada no ano seguinte. Só que as intenções não saíram do papel.
“O PCP desde 2005 insiste na Assembleia da República e, até hoje, nada aconteceu e as populações continuam prejudicadas. Em 2024 vamos voltar a insistir com o Governo que tome as medidas necessárias para resolver o problema. É essencial que os moradores se unam e reforcem a sua posição perante 19 anos de promessas não cumpridas, exigindo uma resolução efectiva para a comunidade de São Domingos”, refere a CDU.

Queixas também em reunião de câmara
O assunto tinha sido levado também a reunião de câmara, em Outubro último, por um morador de São Domingos, Nuno Alves Ferreira. “Só quem não vive naquele bairro é que não sente o desconforto do ruído provocado pelo trânsito, nomeadamente por veículos pesados”, desabafou, dizendo que é tempo de se tomarem medidas, como a colocação das reivindicadas barreiras acústicas.
Na resposta, o novo presidente da Câmara de Santarém, João Leite (PSD), revelou que três dias depois de iniciar funções reuniu com o ministro das Infraestruturas e um dos assuntos foi o da Rua O, já que esse troço é da responsabilidade da empresa estatal Infraestruturas de Portugal. “Falei da necessidade de dar conforto a quem mora no bairro de São Domingos e aquilo que me foi informado, e que já pedi para se dar celeridade, é que os nossos serviços desenvolvam um procedimento para ser elaborado um relatório de ruído”, informou. O autarca deixou o seu compromisso e do executivo de dar celeridade ao processo de contratação desse estudo e relatório de ruído. “A IP está totalmente disponível para avançar com esse investimento, que tem que ser o mais urgente possível”, afirmou.

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