Sociedade | 18-11-2024 10:00

Freguesia de Assentiz continua sem médico de família mas vai ter apoio semanal

Freguesia de Assentiz continua sem médico de família mas vai ter apoio semanal
População de Assentiz já se manifestou, diversas vezes, contra a falta de médicos na freguesia

Unidade Local de Saúde do Médio Tejo vai assegurar um apoio semanal na freguesia de Assentiz, no concelho de Torres Novas, que sofre com a falta de médicos de família há vários anos.

A freguesia de Assentis, Torres Novas, que estava sem médico de família, vai passar a contar com “apoio médico semanal”, depois de uma adaptação temporária na distribuição de clínicos, informou a Unidade Local de Saúde do Médio Tejo (ULS Médio Tejo). Além da freguesia de Assentiz, a adaptação na distribuição de médicos permitirá também que os utentes de Casais da Igreja passem a ter atendimento semanal às sextas-feiras, de acordo com um comunicado da Unidade.
“O conselho de administração da Unidade Local de Saúde do Médio Tejo adaptou temporariamente a distribuição de médicos de cuidados de saúde para garantir continuidade de cuidados prestados à população de Assentiz e Casais de Igreja. Desta forma, fica garantido o acesso dos utentes afetados pela ausência por baixa médica da especialista que assegurava atendimento nestas localidades”, lê-se na nota.
A extensão de Assentiz terá “apoio médico semanal às terças-feiras”, adianta a ULS Médio Tejo, que salienta “o esforço adicional dos profissionais envolvidos nesta reorganização temporária”. Por outro lado, com a adaptação na distribuição de clínicos, os utentes de Parceiros de Igreja terão “uma redução temporária no horário de atendimento, para garantir esta actuação em rede solidária”, acrescenta a ULS Médio Tejo, assegurando que “está activamente a procurar um novo médico para as extensões de Assentiz e Casais de Igreja, para suprir a ausência imprevista e por tempo indeterminado, da profissional de saúde que ali garantia o atendimento”.
No final de Outubro, a Comissão de Utentes da Saúde do Médio Tejo (CUSMT) alertou para a falta de médico de família na freguesia que está a afectar a população maioritariamente idosa. “Assentiz é a freguesia mais distante da sede do concelho, com escassos transportes, com população envelhecida e de parcos recursos, e é difícil compreender que digam à população que a alternativa é na cidade de Torres Novas”, afirmou na altura o porta-voz dos utentes da saúde, Manuel José Soares. Segundo Manuel José Soares, o problema da falta de médicos arrasta-se desde 2022, sendo colocado pontualmente um médico na freguesia, mas sem se conseguir a fixação dos clínicos.
Contactada pela Lusa na ocasião, a ULS Médio Tejo confirmou a ausência de um clínico em Assentiz, adiantando que estava “a ultimar uma solução temporária para a ausência da médica da extensão”, por “motivo inesperado de doença súbita”.

A triste sina de Assentiz
O problema da falta de médico de família na freguesia de Assentiz, no concelho de Torres Novas, é uma novela que parece não ter fim à vista e o presidente da junta, Leonel Santos, aproveitou a última assembleia municipal para se queixar. “Na assembleia municipal de dia 11 de Junho o presidente da câmara disse que só não tinha médico de família quem não quisesse, que era só vir a Torres Novas inscrever-se. Hoje, duas senhoras de Assentiz dirigiram-se ao centro de saúde de Torres Novas e estiveram lá das sete da manhã ao meio-dia. Uma funcionária mandou-as embora dizendo-lhes que em Assentiz têm médica. Mas não, senhor presidente. A médica de Assentiz há duas semanas que não vem. E para piorar a situação, hoje de manhã foi colocado um aviso a dizer que não há médico por tempo indeterminado”, lamentou o autarca, acrescentando: “já reclamei vezes suficientes sobre este assunto. Peço-lhe, como diz o outro, que acelerem a obra da nova unidade de saúde para as pessoas poderem vir todas para cá. Depois até pode ser que tenham transporte de borla para Torres Novas sem terem que estar a pagar táxi e ou autocarro”, disse, em tom irónico. Os problemas de acesso a cuidados de saúde na freguesia, que conta com cerca de 2.500 habitantes, têm vindo a persistir desde 2022.

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