Pedro Guerra: um jovem de Santarém que dá cartas no campo da física molecular
Pedro Guerra tem conquistado reconhecimento internacional no campo da física molecular. Aos 23 anos, o jovem de Santarém recebeu dois prémios em conferências internacionais e é um nome promissor na aplicação industrial e tecnológica da física molecular.
Santarém tem alguns nomes reconhecidos na área das ciências, como Miguel Botas Castanho, e agora Pedro Guerra vem alargar o leque para a área da física molecular. Aos 23 anos, o jovem estudante de mestrado integrado em Engenharia Física na Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade NOVA de Lisboa obteve o reconhecimento internacional em duas conferências de destaque no campo da física molecular. Com prémios recebidos pelo melhor póster em conferências científicas na Alemanha e na Bélgica, o seu trabalho reflecte o potencial da nova geração de cientistas portugueses. A pesquisa de Pedro Guerra, orientada pelo professor Filipe Ferreira da Silva, mostra a importância crescente da física molecular em contextos industriais e tecnológicos.
Em colaboração com Filipe Ferreira da Silva, líder do grupo e-FdS do Cefitec, Pedro Guerra desenvolveu dois projectos que receberam destaque em conferências internacionais. O primeiro trabalho, intitulado “Dissociative electron attachment to 2-chlorobenzonitril”, foi premiado na DEA ClubMeeting em Potsdam, na Alemanha. O segundo estudo resultou de um contacto por parte do instituto belga Imec, um centro de inovação em tecnologia de microeletrónica, que estabeleceu uma parceria com os premiados. O estudo intitulado de “Electron-induced chemistry in EUVL photoresist materials: study on perfluorophenyl trifluoromethanesulfonate” abordou reacções electrónicas em materiais usados na fabricação de chips e foi premiado em Leuven, na Bélgica.
Pedro Guerra sempre se interessou por áreas ligadas à tecnologia, começando por ambicionar uma carreira na área da informática e programação. No entanto, aos 15 anos, uma série sobre a vida de Albert Einstein inspirou-o a explorar a física. Essa curiosidade levou-o a uma carreira que hoje coloca-o no centro de uma pesquisa de ponta. A sua trajectória na NOVA FCT passou por várias áreas da física até encontrar o seu actual interesse pela física molecular, uma área emergente que apresenta um campo vasto de pesquisa, especialmente no estudo de interações complexas e fenómenos ainda não completamente compreendidos.
Para Pedro Guerra, os prémios representam mais do que um reconhecimento, validam o valor da pesquisa em física molecular e das suas aplicações tecnológicas. O estudante reconhece a importância de conferências internacionais, que possibilitam a troca de conhecimento e de ideias com outros físicos e investigadores. Ressalta que a física molecular, embora não seja uma área amplamente estudada, traz contribuições relevantes para entender e melhorar os processos industriais e tecnológicos. Pedro Guerra garante a O MIRANTE que “foi uma surpresa autêntica”. Além da satisfação pelos prémios, o jovem de Santarém vê estes eventos como uma forma de inspirar e solidificar o desenvolvimento da física em Portugal, acreditando que os conhecimentos que ele e outros jovens cientistas adquirem podem abrir portas para avanços científicos significativos.