PS de Santarém acusa PSD de não ter conseguido pensar o concelho durante 19 anos
Partido Socialista reagiu de forma crítica à criação da Plataforma Cívica – Pensar Santarém, que teve na sua génese o presidente do município, João Teixeira Leite (PSD), e tem como coordenador um eleito do PSD na assembleia municipal.
A concelhia do PS de Santarém reagiu ao anúncio da criação da Plataforma Cívica – Pensar Santarém, idealizada pelo presidente da Câmara de Santarém, João Teixeira Leite (PSD), referindo que não aceita que se passe “uma borracha por cima de 19 anos de gestão do PSD no concelho como se o actual presidente nada tivesse a ver com essas duas décadas”.
A plataforma foi anunciada como sendo constituída por pessoas de diversas áreas do saber e sem filiação partidária, embora alguns dos nomes tenham ligações ao PSD e até sejam ou tenham sido eleitos do partido em órgãos autárquicos. Um pormenor que não escapou à concelhia do PS, liderada por Diamantino Duarte, também presidente da União de Freguesias da Cidade de Santarém.
Referindo que “o PS nada tem contra os cidadãos em causa, muitos deles com créditos firmados nas suas áreas de especialidade”, a concelhia socialista afirma que “a plataforma é composta esmagadoramente com nomes ligados ao PSD”, acrescentando que “se são ou não militantes é pouco relevante”. E dá exemplos: “o coordenador, o Professor Alfredo Silva, é eleito pelo PSD na lista da Assembleia Municipal e é inclusive um dos nomes eleitos pela Assembleia de Santarém para fazer parte da Assembleia Intermunicipal da CIMLT. Na dita plataforma ‘cívica independente’, temos autarcas, ex-autarcas, participantes nos gabinetes de estudos do PSD, nomeados pela câmara nas empresas municipais, etc…”. Reforçando que “nada move o PS em relação às pessoas em concreto”, a concelhia socialista critica sim a “falta de honestidade política de os apresentar apenas como independentes”.
O PS não se fica por aí e aproveita para recordar que o actual presidente da câmara fez parte da governação de Moita Flores que há uma dúzia de anos deixou uma dívida de mais de 100 milhões de euros no município. “Mais grave” ainda, dizem os socialistas, é que “em duas décadas o PSD não pensou a cidade e o concelho”. E questionam: “A tentativa de fazer uma plataforma e dizer que se vai pensar leva-nos a fazer uma pergunta? E o que vão pensar agora, os que não foram capazes de o fazer em 19 anos? Surgem ainda outras perguntas. Não tem o executivo capacidade, conhecimento para pensar a cidade e o concelho? É preciso virem outros fazê-lo pelo presidente e vereadores?”.
“Em 19 anos, com dezenas de milhões de euros de fundos comunitários não se conseguiu pensar o que fazer no Campo Infante da Câmara? O que fazer no centro histórico? O que fazer ao Rosa Damasceno? O que fazer para atrair turismo que pernoite e não faça apenas uma passagem de 1 hora? O que fazer para aproximar as freguesias da Cidade? O que fazer para melhorar a mobilidade? O que fazer para ter instalações desportivas suficientes e condignas? Ou uma biblioteca digna desse nome?”, perguntam ainda.
Referindo que “são dezenas de coisas que não se fizeram, não se pensaram, não se planearam (...) por culpa de quem durante 19 anos governou a seu belo prazer a câmara e não teve a competência para o fazer, o PS refere que o actual presidente tem todo o direito de Pensar Santarém, mas “não pode é pensar que nós não nos lembramos dos anos em que não Pensou Santarém e que apoiou uma gestão que nos fez perder duas décadas de desenvolvimento e que colocaram Santarém como uma das Capitais de Distrito com menos dinamismo”.