Sociedade | 23-11-2024 15:00

Maus cheiros e ruído geram queixas contra fábrica em Coruche

Maus cheiros e ruído geram queixas contra fábrica em Coruche
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Vereador Osvaldo Mendes (PSD) alavancou queixas de munícipes sobre fábrica ITS, em Coruche

Moradores de Coruche estão a denunciar problemas de ruído e mau cheiro causados por uma unidade fabril. As queixas foram tema de debate em reunião do executivo municipal e denunciadas às autoridades competentes.

Entre a tranquilidade do campo e a azáfama industrial, Coruche encontra-se dividida. De um lado, a fábrica ITS que gera emprego e sustento a dezenas de famílias há mais de 25 anos; do outro, os moradores das zonas próximas, que vivem com o incómodo de ruídos incessantes e cheiros desagradáveis.
O debate sobre o equilíbrio entre a importância do desenvolvimento que oferece uma unidade industrial e a qualidade de vida da população foi levado à última reunião camarária. O vereador Osvaldo Mendes (PSD) disse que a fábrica, que emprega cerca de 115 pessoas, tem sido “uma mais-valia” para o concelho, garantindo estabilidade financeira e profissional a muitos munícipes. Contudo, aponta que os residentes que vivem próximos da fábrica têm reportado episódios de mau cheiro e ruído que comprometem a sua qualidade de vida.
“Há dias em que, mesmo com janelas e portas fechadas, os moradores não conseguem ter a merecida tranquilidade devido ao ruído e ao incómodo ambiental”, afirmou Osvaldo Mendes, referindo também problemas relacionados com a descarga de águas nos cursos de água. O vereador garante que os problemas agravam-se quando o vento muda de direcção, afectando zonas como a Lamarosa e Frazão, e defende a necessidade de instalar equipamentos técnicos para monitorização permanente da poluição. “Não se exige poluição zero, mas níveis aceitáveis que salvaguardem o bem-estar da população”, frisou.
O vereador social-democrata apelou ainda à intervenção do município através de uma fiscalização mais rigorosa para alertar as entidades competentes sobre os problemas relatados. “É importante garantir um desenvolvimento sustentável e saudável no nosso concelho, assim como salvaguardar o bem-estar das populações que vivem nas zonas mais afectadas, nomeadamente Frazão, Várzea de Água, Ameixial e Erra”, acrescentou.

Câmara tem reportado queixas às autoridades
O presidente da Câmara de Coruche, Francisco Oliveira (PS), reconhece a existência de denúncias relativas à unidade fabril ITS e assegura que a autarquia tem reportado os problemas às autoridades competentes, como a Agência Portuguesa do Ambiente e o Serviço de Protecção da Natureza e do Ambiente da GNR.
“Temos recebido queixas de moradores sobre barulho e mau cheiro, especialmente no período nocturno e durante o Verão. Apesar de não termos competências técnicas para monitorizar a qualidade do ar ou as emissões gasosas, podemos realizar medições acústicas durante o período de descanso, ou seja, além das 20 horas”, explica Francisco Oliveira.
O presidente da autarquia refere ainda que, segundo a empresa, algumas das ocorrências decorrem de avarias em equipamentos que, por vezes, demoram a ser reparados, aumentando o desconforto para os residentes próximos. “Trata-se de uma fábrica de transformação de subprodutos, pelo que algum mau cheiro é expectável, mas não deve comprometer a qualidade de vida das populações na envolvente”, reforçou Francisco Oliveira.
O autarca garante que a câmara municipal continuará a acompanhar a situação e a informar as entidades competentes para que sejam implementadas medidas que minimizem os impactos ambientais e sonoros da unidade fabril.

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