Dois dos cinco evadidos da cadeia de Vale de Judeus já foram apanhados
Na semana passada a Polícia Judiciária capturou em Trás-os-Montes Fernando Ribeiro Ferreira, segundo português apanhado pelas autoridades. Os outros três fugitivos da prisão de Azambuja, todos estrangeiros, continuam a monte.
A Polícia Judiciaria (PJ) recapturou em Trás-os-Montes mais um evadido do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Azambuja, o português Fernando Ribeiro Ferreira. O português, de 61 anos, é o segundo dos cinco evadidos de Vale de Judeu a ser recapturado. Um mês depois da fuga, que ocorreu a 7 de Setembro, as autoridades detiveram Fábio Loureiro, em Marrocos. Em comunicado, a PJ explica que a operação contou com a colaboração da GNR e que Fernando Ribeiro Ferreira tem “extensa carreira criminal” registada desde 1980. Está referenciado pela prática de “criminalidade especialmente violenta” mas, também, no âmbito da criminalidade altamente organizada, envolvendo crimes de associação criminosa, homicídio, rapto, roubo à mão armada, tráfico de estupefacientes e detenção de arma proibida, refere o comunicado. Sobre ele recaía um mandado de detenção internacional emitido pela autoridade judiciária competente, constando de notícia vermelha na Interpol.
A fuga de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho da Azambuja, envolveu cinco reclusos, dois deles portugueses, já recapturados (Fábio Loureiro e Fernando Ribeiro Ferreira). Os três que continuam em fuga são um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer.
Processos para apurar responsabilidades
Esta fuga levou o Ministério da Justiça a avançar com a instauração de nove processos, visando o ex-director, o chefe da guarda e sete guardas prisionais. Numa nota divulgada em Outubro, o Ministério da Justiça destacou ainda a abertura de dois inquéritos autónomos: um relativamente ao comissário do estabelecimento prisional, pela “falta de concretização de uma medida de segurança e sobre uma situação de absentismo prolongado”, e outro à Direcção dos Serviços de Segurança “para avaliar o seu funcionamento e a capacidade de resposta a situações desta natureza”.
Foi ainda emitida às entidades competentes certidão para apurar responsabilidades disciplinares em relação a militares da GNR sobre “as condições em que foram cedidas, sem autorização, as imagens de acontecimentos no estabelecimento prisional de Vale de Judeus à comunicação social.