Sociedade | 29-11-2024 15:00

Misericórdia de Pernes concluiu primeira fase de novo lar com capacidade para 120 utentes

Misericórdia de Pernes concluiu primeira fase de novo lar com capacidade para 120 utentes
Santa Casa de Pernes tem esperança no apoio do Governo para ajudar a suportar os custos da construção do novo lar de idosos

Mudança para o novo lar de idosos da Santa Casa de Pernes está a decorrer depois de concluída primeira fase do projecto, que representa um investimento de 12,3 milhões. Nova estrutura vai ter capacidade para 120 utentes, o máximo permitido por lei em Portugal.

A Santa Casa da Misericórdia de Pernes concluiu a primeira fase da construção de um novo lar que, segundo o provedor, Manuel Frazão, será “uma grande referência para o distrito”, com capacidade para 120 utentes após a conclusão das duas fases do projecto. “Com o edificado que estamos a concluir, seremos uma das grandes referências em termos nacionais. A preocupação de motivarmos os utentes e os colaboradores é fundamental, porque isso faz com que as pessoas estejam positivas e alegres e que gostem de viver nos sítios onde estão”, explicou o provedor, que lidera a Santa Casa de Pernes desde 2013.
A construção do lar “Nossa Senhora da Purificação” representa um investimento de 12,3 milhões de euros. A primeira fase, já concluída, custou oito milhões e permitirá receber 70 utentes. A segunda fase, prevista para estar concluída até 2026, custará 4,3 milhões de euros e aumentará o número de utentes para 120, o máximo permitido por lei em Portugal. A Santa Casa da Misericórdia de Pernes tem suportado os custos do projecto, mas o provedor tem esperança no apoio do Governo através do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). “Estamos à espera que agora, com este Governo, que tem uma visão de grande proximidade com o sector social, que nos possa ajudar e temos essa esperança de sermos apoiados pelo PRR e estamos a desenvolver esforços nesse sentido”, disse Manuel Frazão à Lusa. O provedor explicou que a instituição precisa daquele apoio “para não ficar com uma carga financeira para o futuro”. “Não queremos hipotecar o futuro da instituição só com o investimento de um lar. Somos merecedores desse investimento pelas entidades que nos tutelam porque damos dignidade aos utentes do nosso distrito”, referiu.
Além da infraestrutura, o lar adopta uma abordagem centrada no “estímulo dos utentes e na motivação dos colaboradores”, que têm recebido formação contínua desde 2014 para garantir um atendimento “de excelência”, pautado pelo lema “cuidar com bondade”. Segundo o provedor, os funcionários “têm uma remuneração acima da remuneração mínima”, o que “é fundamental”. O lar também aposta em estratégias para estimular os utentes, envolvendo-os em várias actividades, como na criação da ementa e no serviço ‘buffet’ do refeitório, que os incentiva a irem buscar a comida, promovendo uma “maior autonomia”.
O edifício inclui biblioteca, ginásio exterior, refeitórios para os colaboradores e para os utentes e salas de convívio, além de espaços técnicos como cozinhas e lavandarias. O novo lar está dividido em quatro pisos, cada um com uma decoração associada a um elemento natural: Terra (piso -1), Água (piso 0), Fogo (piso 1) e Ar (piso 2). A decisão de construir um novo lar surgiu em 2013, quando a Santa Casa de Pernes identificou algumas fragilidades no actual edifício, que não foi concebido para ser um lar. Após a aquisição de um terreno em 2014, o projecto para um novo lar começou a ser criado com o envolvimento de uma equipa multidisciplinar que visitou lares nacionais e internacionais.
Manuel Frazão faz ainda um apelo à necessidade de maior investimento no sector social, referindo que o Estado Português, actualmente, cobre apenas 36% do custo dos utentes nos lares, o que compromete “a sustentabilidade das instituições”. “É por isso que, de vez em quando, um ou outro lar fecha algumas valências. O Estado tem que cumprir os compromissos que assume com o sector social e solidário”, defendeu.

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