Sociedade | 01-12-2024 12:00

Judeus impedidos de rezar na Sinagoga de Tomar pedem explicações a autarcas

Judeus impedidos de rezar na Sinagoga de Tomar pedem explicações a autarcas
Pedro Turner, presidente da Comunidade Judaica de Tomar

Presidente da comunidade judaica de Tomar foi à reunião de câmara confrontar o executivo com aquilo que diz ter sido um acto de discriminação. A vice-presidente do município garantiu que vai apurar os factos.

Pedro Turner, presidente da comunidade judaica de Tomar, foi à reunião do executivo camarário falar sobre a recente polémica envolvendo um grupo de judeus que diz ter sido impedido de rezar dentro da Sinagoga de Tomar. O cidadão fazia parte do grupo e decidiu confrontar o executivo camarário com a sua versão dos factos, dizendo que no sábado, 19 de Outubro, dirigiu-se com o restante grupo da comunidade judaica de Tomar à sinagoga para rezar. Contou que o grupo era composto por 16 pessoas, adultos e crianças e que quando chegaram as primeiras pessoas do grupo, a funcionária que lá estava sentada levantou-se e fechou uma das portas da sinagoga, colocando-se no espaço que ficou aberto, dizendo que eram proibidas cerimónias e que não podiam entrar. Justificou-se dizendo que estava a cumprir ordens superiores.
“Claro que alguns ânimos se exaltaram, temos direito à indignação, mas a indignação surgiu apenas por se levantar um sentimento de discriminação, de limitação da liberdade individual e até, eventualmente, antissemitismo”, sublinhou Pedro Turner. O cidadão recordou ainda que veio para Tomar, juntamente com a sua companheira, em 2019, por convite da anterior presidente da câmara (Anabela Freitas). “Resta esperar que no futuro não se repitam situações semelhantes, já que os judeus e os interessados na via do judaísmo são cada vez mais a deslocar-se para este concelho, havendo muitos até que já se preparam para viver e estabelecerem-se aqui”, concluiu.
Na resposta, Filipa Fernandes referiu: “não há qualquer repúdio pela vossa presença, bem pelo contrário; congratulamo-nos por ter na nossa cidade uma panóplia de culturas diferentes que enriquece a nossa comunidade, com a partilha cultural que é muito benéfica para todos nós, desde que saibamos todos conviver com as regras que estão explicitas e que são públicas”, disse. A autarca explicou que o que sabe foi o que lhe foi reportado pela chefe de Divisão de Turismo e Cultura, a qual foi alertada pela vigilante sobre a situação que estava a ocorrer na sinagoga. “O que acho é que tudo se resolve na base de uma boa comunicação e é isso que nós pretendemos. Em tempo algum queremos vedar a vossa entrada na sinagoga. Qualquer cidadão independentemente da sua raça, da sua cor, da sua religião, tem o direito de entrar em qualquer espaço museológico da cidade de Tomar”, sublinhou Filipa Fernandes.
Por fim, a autarca garantiu que vai ser marcada uma reunião pelo presidente da câmara, Hugo Cristóvão, com a comunidade judaica de Tomar, com a vigilante que terá impedido a entrada do grupo e com a chefe de Divisão de Turismo e Cultura, com o objectivo de esclarecer tudo o que aconteceu.

Mais Notícias

    A carregar...
    Logo: Mirante TV
    mais vídeos
    mais fotogalerias

    Edição Semanal

    Edição nº 1700
    22-01-2025
    Capa Médio Tejo
    Edição nº 1700
    22-01-2025
    Capa Lezíria Tejo
    Edição nº 1700
    22-01-2025
    Capa Vale Tejo