Sociedade | 03-12-2024 18:00

Alunos da Escola de Polícia criam dificuldades no estacionamento e prejudicam comércio em Torres Novas

Alunos da Escola de Polícia criam dificuldades no estacionamento e prejudicam comércio em Torres Novas
Aspirantes a agentes da PSP, em Torres Novas, esgotam lugares de estacionamento no Largo das Forças Armadas e envolve

Comerciantes consideram que estão a ser severamente prejudicados porque os alunos da Escola de Polícia, em Torres Novas, esgotam os lugares de estacionamento no centro da cidade. Município disponibilizou lugares para os alunos, mas estes preferem usar o estacionamento público mais perto da escola.

Os empresários e comerciantes com estabelecimentos a funcionar junto ao Largo das Forças Armadas, em Torres Novas, dizem estar a ser prejudicados com a falta de estacionamento e culpam os alunos da Escola Prática de Polícia, ali instalada, pelo problema. “O estacionamento no largo e zona envolvente não existe para um utilizador casual, só existe para os alunos da Polícia. Ao domingo à noite chegam e ocupam tudo o que é lugar para ficarem a 15 ou 20 metros da porta da escola, e esses lugares só voltam a ficar disponíveis na sexta-feira, por volta da uma da tarde”. A explicação, que sai com um desabafo, é dada por Carlos Silva, um dos empresários com estabelecimento a funcionar naquele largo e ao qual, diz, os seus clientes não conseguem muitas vezes aceder por não terem lugar para deixar o carro.
Além do escritório de Carlos Silva existe um café-restaurante, uma loja de comércio de vidro e outros estabelecimentos de comércio, mas também de serviços como é o caso da Loja do Cidadão, onde as pessoas com atendimento marcado chegam atrasadas e perdem a vez devido à falta de estacionamento. A somar a isto, também a casa mortuária se situa na mesma zona, levando a que aqueles que se deslocam para ir a um velório não consigam estacionar. “Está tudo ocupado desde domingo à noite até sexta-feira. As pessoas vêm para um velório, vêm de longe, e não há um sítio para pôr o carro. Esta situação não pode continuar”, critica Carlos Silva, que apelou ao executivo municipal, na última reunião pública, para que este problema fosse resolvido.
O presidente do município, Pedro Ferreira, reconhece que a ocupação dos lugares de estacionamento pelos aspirantes a agentes da Polícia é uma situação que tem de ser resolvida, lamentando que a autarquia tenha disponibilizado para os alunos lugares de estacionamento num parque e que estes não estejam a ser utilizados. “Quero acreditar que como futuros polícias devam ter consciência para perceber o que está a acontecer, ainda por cima a praticar ginástica todos os dias não lhe custa vir a pé do parque que está a cinco minutos [da Escola de Polícia]”, disse.
O autarca socialista afirmou ainda que já se disponibilizou para ir junto dos alunos, nas salas de aula, sensibilizar para a problemática e distribuir-lhes “panfletos”. “Podíamos actuar de outra maneira, que era a questão do tempo e penalização, mas aí só com parquímetros. Espero que não seja necessário chegar a esse ponto. É um assunto que não tem sido fácil de resolver”, disse.
O vereador responsável pelo pelouro da mobilidade, João Trindade, sublinhou que já reuniram mais do que uma vez com um dos responsáveis da Escola de Polícia e que este lhes transmitiu que não pode obrigar os alunos a não estacionarem nos lugares do Largo das Forças Armadas, já que são de utilização pública.


Município tomou medida que prejudicou moradores e comerciantes
A Câmara de Torres Novas decidiu, no ano passado, limitar o tempo de estacionamento no Largo das Forças Armadas a um período máximo de oito horas numa tentativa de conseguir maior rotatividade de lugares para acesso ao comércio e serviços. No entanto, a medida acabou por ser abandonada depois de moradores e comerciantes terem reclamado, pois eram estes que estavam a ser autuados pelas autoridades.
“Saiu-nos o tiro pela culatra. Falámos com a PSP e pusemos gratificados para fiscalizar e chegámos à conclusão que estávamos a autuar os moradores e quem vinha aos serviços e não estávamos a resolver a situação”, disse na última reunião o vereador João Trindade para explicar o porquê de se ter abolido esta medida.
João Trindade acrescentou que está a ser preparado um regulamento para dísticos de residentes para que estes “possam estacionar livremente” naquela zona e, adicionalmente, voltar ser implementada a limitação de tempo de estacionamento, através da instalação de parquímetros. O vereador do PSD, Tiago Ferreira, disse concordar com a atribuição de dísticos aos residentes e defendeu a gratuitidade nos parquímetros até três horas. Por sua vez, o vereador do Movimento P’la Nossa Terra, António Rodrigues, considerou que o município se deve empenhar em encontrar também uma solução a longo prazo, já que a cidade concentrou “toda a sua dinâmica” naquela zona, sugerindo a construção de um parque de estacionamento subterrâneo. “Este é um assunto muito sério. Mexe com toda a cidade mexe com os empresários, a dinâmica do centro histórico”, salientou.

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