Sociedade | 04-12-2024 16:03
Acidentes no Vale de Santarém reforçam necessidade de obras ou alternativa à EN3
A imagem é de um acidente registado no dia 28 de Novembro de 2023 no Vale de Santarém, precisamente no mesmo local onde ocorreu o de dia 4 de Dezembro de 2024. Foto Arquivo - Foto DR
A Estrada Nacional 3 no interior do Vale de Santarém voltou a ser palco de um acidente rodoviário que obrigou ao corte do trânsito. A variante entre Santarém e Cartaxo é uma aspiração dos municípios com três décadas, a que sucessivos governos não têm dado acolhimento.
O movimentado troço da Estrada Nacional (EN) 3 que atravessa o Vale de Santarém foi palco de mais um acidente de viação na manhã desta quarta-feira, 4 de Dezembro, numa curva pouco abaixo dos semáforos junto à igreja da vila, onde são recorrentes situações do género. A via é estreita nessa zona, dificultando a circulação de automóveis nos dois sentidos, sobretudo quando envolve veículos pesados. O acidente, que causou um ferido ligeiro, aconteceu por volta das 07h45 e obrigou mais uma vez ao corte da via, causando óbvios transtornos no trânsito entre Santarém e Cartaxo, que teve de ser desviado para estradas alternativas.
Este é mais um episódio que reforça os argumentos de quem defende a necessidade de construção de uma variante à EN3 entre Santarém eu Cartaxo, que desvie o trânsito do interior de localidades como Vale de Santarém e Vila Chã de Ourique. Essa é uma velha aspiração dos municípios de Santarém e do Cartaxo, que não tem tido acolhimento por parte da administração central.
Há cerca de um ano, um acidente ocorrido nesse mesmo ponto negro da EN3 do Vale de Santarém (ver foto que ilustra este texto) suscitou o debate do tema na reunião do executivo da Câmara de Santarém de 4 de Dezembro de 2023, com o então vereador com o pelouro do Trânsito, Diogo Gomes (PSD), a deixar o apelo à empresa pública Infraestruturas de Portugal para intervir no local. Na acta dessa reunião de câmara refere-se que o vereador ficou de apresentar uma proposta ao Partido Social Democrata para inclusão no seu programa eleitoral, numa revisão ao Plano Nacional de Investimentos, a construção da variante Santarém-Cartaxo, considerando-a uma ligação estratégica entre os dois concelhos. O vereador socialista Manuel Afonso concordou com a pertinência dessa obra. E o então presidente, Ricardo Gonçalves (PSD), complementou recordando que a variante Santarém-Cartaxo, bem como a conclusão do Itinerário Complementar 10 e a variante à Linha Ferroviária do Norte foram apresentadas como propostas para o Plano Nacional de Investimentos 2030, mas não foram contempladas nesse pacote de investimento público, tal como nenhuma outra da região.
Um projecto do século passado
Em Janeiro de 2009, a propósito do mesmo assunto, O MIRANTE recordava que em 1994 tinha sido elaborado um estudo prévio e em 1999 desenhado o projecto de execução da variante Santarém-Cartaxo, mas entretanto foi construído o nó de acesso do Cartaxo à auto-estrada A1, “criando uma alternativa à EN 3 entre o Cartaxo e Santarém”, alegava o Ministério das Obras Públicas. O que fez cair o projecto da variante na ordem de prioridades.
Na resposta a uma pergunta da então deputada do PCP Luísa Mesquita, o Ministério das Obras Públicas dizia que o projecto de 1999 “está desactualizado face ao tempo decorrido e às alterações legislativas que se verificaram”. Mas ao mesmo tempo reconhecia “a necessidade de prosseguir os trabalhos” tendo-se comprometido a desenvolver um estudo de viabilidade de uma via alternativa à EN 3 entre Vila Nova da Rainha (Azambuja) e Santarém.
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