Sociedade | 08-12-2024 12:00

As dúvidas e contradições no caso do professor de Almeirim acusado de usar linguagem imprópria

O Agrupamento de Escolas de Almeirim está a averiguar o comportamento de um professor de tecnologias da informação e comunicação da Escola Febo Moniz na sequência da queixa de uma mãe que lidera um grupo de encarregados de educação, acusando o docente de linguagem imprópria.

Mas há quem afirme desconhecer situações do género e o professor continua a dar aulas por se considerar que os alunos não estão em perigo.

O Agrupamento de Escolas de Almeirim abriu um inquérito a um professor de tecnologias da informação e comunicação (TIC) por alegada linguagem imprópria na sala de aulas. As queixas partiram de uma mãe depois de uma conversa num jogo das camadas jovens do Footkart em Almeirim, tendo mandado mensagens de áudio com considerações sobre o professor para vários encarregados de educação. Mas o filho da queixosa, que representa um grupo de pais, só tem aulas com o professor no segundo semestre, mas ela diz que as situações já se passam desde há três anos.
No caso, que está a ser acompanhado pela Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares, as mães dizem que o professor pergunta a orientação sexual dos alunos e se mexem nos órgãos sexuais de adolescentes do mesmo sexo. Uma fonte próxima do professor com quem O MIRANTE falou diz que o docente teve um momento menos bom perante alunos que estavam a mexer nos computadores dos outros ao perguntar porque é que o estavam a fazer e se também andavam a mexer nas “pilinhas” uns dos outros. Mas a representante dos encarregados de educação refere que há outras situações ao longo do tempo.
O professor da Escola Febo Moniz, em Almeirim, foi acusado também de dizer palavrões quando se aborrecia, estando agora a pagar o seu feitio mais duro, sendo também conhecido por dar más notas de avaliação. Alguns alunos com quem O MIRANTE falou dizem que não se aperceberam de situações que os tivessem incomodado, ou desvalorizam a situação. A mãe e outra encarregada de educação, que lideram as queixas, reconhecem que há turmas que não se queixam, mas garantem que há quatro turmas que relatam situações impróprias.
As representantes dos pais dizem que querem ficar anónimas por receio de represálias, mas na escola e no agrupamento, tal como o professor em causa, sabem quem são, até porque a principal queixosa falou com o director do agrupamento, José Carreira. O professor já foi abordado em voz alta por uma mãe numa superfície comercial da cidade quando estava acompanhado com os filhos. O director do agrupamento diz que se está a falar com todos os envolvidos para se averiguar a veracidade das denúncias e avaliar “se os alunos foram colocados em risco”.
Segundo O MIRANTE apurou, o professor é dos poucos que dá aulas com a porta da sala aberta e continua a dar aulas, porque não se considerou que houvesse uma gravidade que impusesse a sua suspensão. “Se for necessário uma acção disciplinar, ela será aplicada”, afirmou José Carreira, explicando que o docente continua a fazer o seu trabalho porque “até ao momento não há nada que indica que os alunos estejam em perigo”. O director do agrupamento referiu que alguns encarregados de educação já ouvidos afirmaram desconhecer as alegadas atitudes do professor.
O professor, que está inserido socialmente na cidade, fazendo parte do movimento associativo, continua a fazer a sua vida como habitualmente, frequentando os mesmos locais e com as pessoas com quem se costuma relacionar.

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